Estudo resolve mistério de décadas sobre o Parkinson

Estudo apontou que uma mutação na proteína PINK1, que se liga nas mitocôndrias, tem relação com o desenvolvimento da doença
Pesquisadores do Walter and Eliza Hall Institute of Medical Research (WEHl), na Austrália, resolveram um mistério de décadas sobre o Parkinson. A descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratar a doença.
Identificado pela primeira vez há mais de 20 anos, o PINK1 é uma proteína diretamente ligada à condição neurodegenerativa que mais cresce no mundo. O problema é que, até agora, ninguém sabia ao certo como ela atuava no organismo.
Os pesquisadores explicam que as mitocôndrias produzem energia em nível celular em todos os seres vivos. Em uma pessoa saudável, quando as mitocôndrias são danificadas, o PINK1 se acumula nas membranas mitocondriais e sinaliza através de uma pequena proteína chamada ubiquitina, que as mitocôndrias quebradas precisam ser removidas.
Já quando o PINK1 sofre mutação, esta atuação é prejudicada e as mitocôndrias quebradas se acumulam nas células. Embora tenha sido associado ao Parkinson e, em particular, nos casos envolvendo pacientes mais jovens, o grande mistério era saber como a substância atuava. No novo estudo, os cientistas descobriram como o PINK1 se liga nas mitocôndrias. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science.
Segundo o trabalho, o PINK1 funciona em quatro etapas distintas. Primeiro, ele detecta danos mitocondriais, para, em seguida, se ligar às mitocôndrias danificadas. Após, marca a ubiquitina, que então se une a uma proteína chamada Parkin para que as mitocôndrias danificadas possam ser recicladas.
Quando as mitocôndrias são danificadas, elas param de produzir energia e liberam toxinas na célula. Em uma pessoa com Parkinson e uma mutação PINK1, estas toxinas se acumulam na célula, eventualmente matando-a. A equipe agora espera usar este conhecimento para desenvolver medicamentos que possam retardar ou até mesmo parar o desenvolvimento do Parkinson em pessoas com a mutação.
Fonte: Olhar Digital