Ouvir música sozinho aumenta o bem-estar social, diz estudo

Pequenas coisas cotidianas podem nos ajudar a ser mais saudáveis ​​e felizes

Ouvir música sozinho pode não parecer uma atividade social, mas pesquisadores da Universidade de Buffalo de Nova York (EUA) publicaram um estudo que sugere que fazer isso pode ter benefícios sociais valiosos. “É uma ótima maneira de se dar um impulso social e aumentar seu bem-estar”, diz Elaine Paravati, Ph.D., autora correspondente do estudo, que conduziu a pesquisa enquanto concluía seu doutorado na UB. Esha Naidu, associada de pós-doutorado na Duke University, e Shira Gabriel, professora de psicologia da UB são coautores.
A perspectiva do estudo difere de muitas pesquisas anteriores sobre os aspectos sociais da música, que geralmente se concentram em como a música une as pessoas, como ouvintes e intérpretes. Paravati, em vez disso, olhou para a música apreciada isoladamente. Em dois experimentos para o estudo publicado no periódico Psychology of Music, a pesquisadora e sua equipe demonstraram como a música funciona como um substituto social.

Os humanos têm uma necessidade fundamental de pertencer, o que motiva fortemente nosso comportamento. Não conseguir se conectar com os outros pode levar à depressão, ansiedade e baixa autoestima. Existem maneiras tradicionais de preencher essa necessidade, como passar tempo com a família e amigos, mas também existem estratégias não tradicionais, atividades que podem não ser imediatamente reconhecidas como sociais.

Eles são conhecidos como substitutos sociais, que podem proteger contra a solidão, o isolamento e as ameaças sociais, como a rejeição, assim como o tempo gasto com outras pessoas. Relacionamentos parassociais, como o vínculo unilateral entre fãs e celebridades, a imersão no mundo social e lembretes de outros, são todos substitutos sociais.

Ouvir música sozinho opera como um substituto social ao longo de todos esses três caminhos”, diz Paravati. “Todos esses caminhos podem nos ajudar a nos sentir menos solitários e mais pertencentes. A música nos ajuda a nos sentir conectados aos artistas; pode nos fazer sentir imersos no mundo da música; e a música pode nos lembrar dos outros. Você pode pensar que está motivado a ouvir sua música favorita porque acha que ela tem uma batida cativante, mas é provável que você se sinta atraído porque essa música está enchendo seu tanque de combustível social e ajudando você a ter uma sensação de pertencimento”.

Experimentos do estudo
No primeiro experimento do estudo, os pesquisadores perguntaram aos participantes sobre o uso de substitutos sociais conhecidos, como programas de televisão favoritos, bem como sobre o uso de música.

Descobrimos que ouvir a música favorita de alguém ajudou os indivíduos a se sentirem menos solitários”, diz Paravati. “Mas a música favorita de alguém era mais eficaz nisso do que apenas ouvir música em geral. Em outras palavras, há algo especial em colocar sua música favorita para tocar e curtir”, complementa.

Para o segundo experimento, os pesquisadores projetaram um teste para medir a eficácia da música favorita como uma resposta a uma ameaça social. Os participantes jogaram um jogo virtual de arremesso de bola, frequentemente usado para pesquisas sobre exclusão social.

“Mais uma vez, aqueles que ouviram suas músicas favoritas se sentiram mais incluídos do que aqueles na condição de controle, sugerindo que ouvir suas músicas favoritas amorteceu os efeitos negativos de uma ameaça social”.
Paravati diz que pesquisas futuras podem explorar o impacto do gênero musical ou as diferenças individuais entre os três caminhos substitutos e quais podem ser mais importantes do que os outros dois.

Este trabalho é outra peça do quebra-cabeça que mostra como pequenas coisas que fazemos em nossa vida cotidiana nos ajudam a ser o mais saudáveis e felizes possível”, conclui Paravati.

O estudo (em inglês) você encontra aqui.

Fonte: CicloVivo