Ciência

EUA querem lançar um “posto de combustível” para a órbita da Terra

O posto de combustível no espaço teria funções estratégicas para lidar com nações rivais dos Estados Unidos

Por Pablo Nogueira

A Força Espacial dos EUA contratou três empresas para desenvolver e demonstrar a viabilidade de um “posto de combustível” na órbita da Terra. A missão, conforme comunicado da Northrop Grumman publicado na última quarta-feira (3), chama-se Elixir e é a evolução de um contrato anterior, de 2023, para criar um satélite que reabastece combustível em órbita.
À época, os EUA contrataram a Northrop Grumman para desenvolver o satélite geoestacionário GAS-T (Geosynchronous Auxiliary Support Tanker), que serviria como um tanque de combustível para reabastecimento no espaço. Agora, a Missão Elixir amplia a tecnologia existente da empresa de defesa e tecnologia aeroespacial, que se integrará à espaçonave ROOSTER-5.

De acordo com a diretora do programa, Lauren Smith, a Elixir vai englobar operações de aproximação e manobra, atracagem de satélite e transferência de combustível entre naves. Desse modo, a integração do satélite à espaçonave é um passo importante para criar o posto de combustível da Força Espacial dos EUA na órbita da Terra.

A Northrop explicou que o satélite terá o Módulo Passivo de Reabastecimento. Em janeiro de 2024, a Força Especial dos EUA selecionou como uma das principais interfaces para criar o “posto de combustível” na órbita da Terra. Contudo, a Northrop Grumman não revelou detalhes sobre os valores do contrato, o design do “posto de combustível espacial” e nem quando lançará a espaçonave.

O sigilo pode ter explicação nos objetivos da Força Espacial dos EUA, que pretende avaliar componentes essenciais para reabastecimento de combustível no espaço sem o vazamento de informações. Reabastecimento de combustível no espaço é uma das prioridades estratégicas da Força Espacial dos EUA devido ao crescimento da concorrência e o potencial das nações rivais.

Posto de combustível em órbita: estratégia militar dos EUA (fora da Terra)
Declarações recentes de militares explicitaram tais preocupações após o desempenho de satélites da China. Em março, o general Michael Guetlein, subcomandante de operações espaciais, descreveu as manobras de satélites como “combates aéreos no espaço”. Guetlein fez alusão aos satélites chineses, indicando o desenvolvimento de táticas orbitais por outras nações.

Lançar um “posto de combustível” na órbita da Terra seria, portanto, uma vantagem dos EUA para aprimorar as capacidades de manobra de satélites e respostas a “combates”. Vale ressaltar que a Força Espacial dos EUA é um braço das forças armadas, sem vínculo com a Nasa. A Elixir é parte de um projeto maior da Força Espacial para defender a soberania nacional dos EUA (no espaço?).

No entanto, o projeto de “posto de combustível” na órbita da Terra não visa somente os interesses dos EUA, mas, também, de empresas comerciais. Por isso, a Força Espacial dos EUA contratou duas empresas além da Northrop Grumman para desenvolver o “posto de combustível” na órbita da Terra.

Os militares prepararam duas missões para 2026 e 2027: Tetra-5 e Tetra-6. As missões vão testar as soluções da Astroscale, Orbit Fab e Northrop Grumman. A Tetra-5 vai testar especificamente as interfaces comerciais para reabastecimento, focando em dois pequenos satélites da Orbit Fab de transferência de fluidos.

O objetivo é atracar um satélite ao depósito de combustível da Orbit Fab, que, aliás, foi desenvolvido com apoio do Pentágono. O outro satélite testará a compatibilidade da com o propelente da sonda da Astroscale. A Tetra-6 focará somente no sistema da Northrop Grumman, mas o programa Elixir terá colaborações de várias empresas.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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