Qualidade do sono é essencial para a saúde física e mental das crianças, dizem especialistas

Descubra como a qualidade do sono impacta o crescimento, a memória, o comportamento e até a prevenção da obesidade infantil
Por Isabella Bisordi
Dormir bem não é apenas uma pausa no dia das crianças. É durante esse período que o corpo cresce, o cérebro organiza memórias e as emoções encontram equilíbrio. Especialistas ressaltam que a qualidade do sono influencia desde o humor e a aprendizagem até a saúde física, criando bases sólidas para toda a vida.
Enquanto os pequenos descansam, o organismo libera o hormônio do crescimento, indispensável para o desenvolvimento físico. Além disso, as conexões cerebrais se fortalecem, consolidando novas habilidades e lembranças. Já a falta de sono abre espaço para irritabilidade, queda na concentração e até maior vulnerabilidade a doenças.
Embora cada criança tenha seu ritmo, existem recomendações que servem de guia — e respeitá-las é oferecer o combustível certo para o corpo e a mente:
✅ Recém-nascidos (zero a três meses): 14 a 17 horas diárias;
✅ Bebês (quatro a 11 meses): 12 a 15 horas;
✅ Primeiros passos (um a dois anos): 11 a 14 horas;
✅ Pré-escolares (três a cinco anos): 10 a 13 horas;
✅ Crianças em idade escolar (seis a 13 anos): nove a 11 horas;
✅ Adolescentes (14 a 17 anos): oito a 10 horas.
Dormir bem pode trazer uma série de benefícios para a criança e o adolescente. O desempenho escolar, inclusive, é um deles. Isso porque alunos que dormem o suficiente demonstram mais criatividade, foco e capacidade de resolver problemas. Já aqueles que descansam menos apresentam maior dificuldade de memorização e queda no rendimento acadêmico. Uma rotina de sono estável pode, portanto, ser um dos maiores aliados na vida escolar.
Um detalhe curioso: dormir bem ajuda, também, até no controle do peso. Noites maldormidas alteram hormônios ligados à fome e à saciedade, aumentando a chance de comer em excesso. Estudos mostram que cada hora extra de sono pode reduzir o risco de obesidade em crianças pequenas em até 9%. Silêncio, escuridão, temperatura agradável (entre 18 e 21°C) e ausência de distrações eletrônicas fazem toda a diferença. Além disso, manter rituais como banho morno, leitura ou música calma sinaliza ao corpo que é hora de relaxar. Crianças que seguem uma rotina noturna tendem a adormecer mais rápido e a dormir por mais tempo.
Tablets, celulares e TVs antes de dormir podem atrasar o sono em quase uma hora. A luz azul emitida pelas telas reduz a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o ciclo circadiano. Por isso, desligar os aparelhos pelo menos 60 minutos antes de dormir é um gesto simples, mas transformador. Mais do que preparar o quarto, são os gestos noturnos que marcam a diferença: abraços, conversas tranquilas e histórias lidas em voz baixa ajudam a reduzir o estresse e proporcionam um sono mais profundo. Afinal, pequenas atitudes de carinho são capazes de transformar a noite em um momento seguro e reparador.
E dormir na cama dos pais? O tema divide opiniões. Enquanto há quem defenda o fortalecimento do vínculo, especialistas alertam para riscos de segurança, especialmente em bebês. A recomendação mais aceita é que os pequenos durmam no mesmo quarto dos pais, mas em superfícies próprias, até pelo menos os seis primeiros meses de vida. Distúrbios como terrores noturnos, sonambulismo e insônia não devem ser ignorados. Eles comprometem o descanso e podem gerar ansiedade, atrasos no desenvolvimento da fala e dificuldades de atenção. Se o problema persiste, buscar ajuda profissional é essencial.
Fonte: Bons Fluidos