Cientistas descobrem fóssil de boto de 16 milhões de anos no Peru
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O boto, encontrado na região do rio Napo, recebeu o nome de Pebanista yacuruna, em homenagem a uma lenda aquática da bacia Amazônica
Por Gabriel Andrade
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Paleontologistas da Universidade de Zurique (Suíça) encontraram o fóssil de um boto que habitou o Peru há 16 milhões de anos. O animal foi encontrado no Rio Napo, na região amazônica no Peru. O estudo, publicado na revista Science Advances, detalha que este é o maior golfinho de rio já encontrado, medindo entre 3 e 3,5 metros. O boto recebeu o nome de Pebanista yacuruna, em homenagem a uma lenda aquática da bacia Amazônica.
O parente vivo mais próximo é o golfinho de rio do sul da Ásia, na Índia, explica o paleontólogo Rodolfo Salas.
Esses animais viviam em ambientes de água doce tanto na Amazônia quanto na Índia. Infelizmente, eles foram extintos na Amazônia, mas na Índia sobreviveram”, disse à Reuters.
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O Pebanista yacuruna pertence ao grupo Platanistoidea, golfinhos que foram comuns nos oceanos do mundo entre 24 e 16 milhões de anos atrás. Assim, acredita-se que esta espécie tenha migrado para ecossistemas de água doce em busca de presas na protoamazônia, adaptando-se ao novo ambiente.
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Anteriormente, naquela época, o estudo sugere que um vasto sistema de lagos e pântanos, conhecido como Pebas, cobria a planície amazônica, estendendo-se pelo que hoje é Colômbia, Equador, Bolívia, Peru e Brasil. A Amazônia pré-histórica apresentava uma paisagem diversificada. Ou seja, que incluía ecossistemas aquáticos, semiaquáticos e terrestres. Quando o sistema Pebas começou a se transformar na Amazônia moderna, há cerca de 10 milhões de anos, mudanças nos habitats levaram à extinção do Pebanista.
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A presença deste golfinho platanistídeo do início ao médio Mioceno confirma a existência deste grupo em habitats de água doce do sistema de bacias andinas do continente sul-americano, muito antes da invasão independente dos ambientes de água doce da América do Sul pela linhagem de golfinhos do rio Amazonas”, dizem os pesquisadores no artigo.
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Assim, os cientistas afirmam que isso abriu um nicho ecológico que os parentes dos golfinhos do rio Amazonas de hoje (Inia) exploraram. Já que eles também estavam enfrentando a extinção nos oceanos devido ao surgimento de novos cetáceos, como os golfinhos oceânicos modernos.
Fonte: Giz Brasil