Economia

O potencial econômico de Aracruz e sua importância para o ES

Localizado na região central do Estado, o município se tornou o centro das atenções dos pequenos aos grandes empresários

Localizado na região central do Estado, ocupando uma área de 1.420.285 km², uma população estimada em 104.942 habitantes (dados de 2021) e natureza exuberante, o município de Aracruz — que antes tinha sua economia baseada na agricultura, na pecuária e na pesca — hoje, se tornou o centro das atenções dos pequenos aos grandes empresários.
Desde a chegada da indústria, em especial a Suzano S.A. (antiga Aracruz Celulose e Fibria), nos anos de 1970, o município vem apresentando bons índices de crescimento em setores importantes da indústria e portuária, áreas cruciais para seu desenvolvimento e das regiões vizinhas.

Com investimentos previstos na ordem de R$ 14 bilhões para os próximos quatro anos, segundo Alan Mori Brito Souza, presidente da Associação Movimento Empresarial Aracruz e Região (Amear); diretor do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do ES (Sindipacel) e executivo de Relações Corporativas da Suzano S.A., disse em entrevista exclusiva à Aço 5.0BR (Fatos & Notícias) que o município vive um bom momento, o que ajudará o Espírito Santo a ganhar mais visibilidade no cenário nacional. Veja abaixo tudo o que foi abordado nessa importante entrevista.

Alan Mori Brito Souza, presidente da Associação Movimento Empresarial Aracruz e Região (Amear) (Foto: Assessoria de Comunicação)

F&N/Aço 5.0 – Podemos dizer que o município de Aracruz vive realmente um grande momento econômico?
Alan Miori –
Sim, atualmente Aracruz é a bola da vez para os novos investimentos do Espírito Santo, uma cidade que possui todas as condições para ser o principal pilar econômico capixaba. Possui infraestrutura diversificada, que vem recebendo novos investimentos do governo do Estado, especialmente em rodovias para acesso à região industrial/portuária, e uma indústria diversificada e pujante. Logo, não tenho dúvidas que Aracruz será a principal locomotiva do ES.
Isso porque Aracruz passa por uma grande injeção de capital, apenas para citar alguns exemplos, temos o porto da Imetame, com investimentos na casa de R$ 2 bilhões; a nova fábrica de papel tissue e a caldeira de recuperação da Suzano, com aplicações na casa de R$ 1,2 bilhão; a expansão do Portocel, com aportes de aproximadamente R$ 2 bilhões de reais, além de novas atividades na Estel, no Estaleiro Seatrium, e na área da VPorts, no Porto da Barra do Riacho.
Dentro do Projeto “Aracruz do Futuro”, liderado pela Amear, mapeamos R$ 14 bilhões em novos investimentos nos próximos quatro anos na cidade. É bom lembrar que toda a região se beneficiará e isso é muito bom.

F&N/Aço 5.0 – Fale um pouco do “Projeto Aracruz do Futuro”
Alan Miori –
A Amear contratou uma consultoria especializada em planos de desenvolvimento para mapearmos a “Aracruz do Futuro”, uma perspectiva de como o município se encontrará nos próximos dez anos e como o empresariado pode contribuir e acompanhar esse desenvolvimento para prepararmos a cidade para o desenvolvimento que se avizinha. É uma preocupação da Amear com o planejamento do futuro da cidade de Aracruz.

Suzano S.A. (Foto: www.suzano.com.br)

F&N/Aço 5.0 – Quais são as principais dificuldades enfrentadas no momento?
Alan Miori –
A cidade enfrenta alguns entraves naturais, temos uma escassez forte de mão de obra para atendimento dos novos investimentos, especialmente quando buscamos aquela com maior nível de qualificação. Há ainda uma dificuldade acerca de redundância logística, que vem sendo superada pelos novos investimentos, mas que ainda é um gargalo, alguns entraves pela legislação ambiental e urbanística também precisam ser superados, entretanto, sentimos que há um ambiente próspero com muitas pessoas buscando soluções para esses entraves.

F&N/Aço 5.0 Qual seria a importância da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) para o parque Logístico de Aracruz?
Alan Miori –
A potencialização do Parque Logístico de Aracruz passa por alguns importantes elementos, em especial as adequações na Ferrovia Centro-Atlântica, hoje administrada pela VLI, e em processo de renovação antecipada da concessão.

O nosso entendimento é que a proposta hoje na mesa não atende o Espírito Santo e, em especial, os Portos de Aracruz. Ações com o contorno de Belo Horizonte, as melhorias no ramal Piraqueaçu (acesso da linha principal aos portos) e uma variante de melhoria da ferrovia entre Pirapora e Unaí permitiram o escoamento dos produtos do agronegócio pelos portos capixabas. Esse trabalho vem sendo liderado pelo vice-governador, Ricardo Ferraço, com muito êxito na defesa da posição capixaba.

Porto Imetame (Foto: www.imetame.com.br)

F&N/Aço 5.0 – fale sobre o projeto Parklog?
Alan Miori –
O Parklog é um projeto importante e estruturante do governo do Estado, em parceria com a Amear e a Federação das Empresas de Transportes do ES (Fetransportes), e tem um objetivo muito claro: criar um mecanismo de cooperação entre os atores privados da região da Barra do Riacho, em especial os atores portuários. Diferente de outros lugares do mundo, no caso de Aracruz não temos uma autoridade portuária que regule o crescimento dos terminais, mas, sim, atores privados que podem efetivamente cooperar para redução de custos, obtenção de sinergias e melhor aproveitamento dos ativos. Não há concorrência entre os nossos terminais, mas sim um interesse de buscar cargas que hoje estão indo para outros estados.

F&N/Aço 5.0 – Para finalizar, como a Amear vem atuando nesse processo em Aracruz e região?
Alan Miori –
A Amear é a Associação do Movimento Empresarial de Aracruz e Região, um braço da rede empresarial liderada pelo ES em Ação, com foco na representação e defesa de interesses do empresariado de Ibiraçu, João Neiva e Aracruz. E dentro deste papel, desempenhamos uma série de medidas estruturantes, em parceria com o Município e Governo Estadual. Apenas para citar algumas entregas importantes, é da Amear o Projeto do Contorno de Aracruz, da barragem de abastecimento hídrico, e o plano de desenvolvimento da cidade.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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