Comportamento & Equilíbrio

Como estresse e ansiedade podem afetar corpo

Ao contrário do que muitos pensam, o estresse e a ansiedade, em princípio, não são emoções negativas. Ambas são necessárias como mecanismos de defesa. Quando está diante de uma situação que gera estresse agudo, por exemplo, o corpo fica em estado de alerta e se prepara para “fugir ou lutar”. Já a ansiedade é a fragilidade diante de uma incerteza que tende a agravar o estresse.
O problema ocorre quando esses estímulos passam a ser contínuos, provocando uma hiperativação do organismo. Em excesso, essas emoções podem afetar não só pele e cabelos como também o apetite e o sistema imunológico.
Não importa se o estresse é gerado pelo ataque de um animal feroz ou pelo chefe cobrando a entrega de um relatório. Diante de qualquer situação estressora, o organismo libera as substâncias noradrenalina e dopamina, que elevam a sensação de alerta. O sistema imune também é ativado, para que os mecanismos de defesas estejam prontos caso você sofra um ferimento (que pode causar infecções, por exemplo), explica o psiquiatra Rafael Pinheiro Calzada, preceptor de psiquiatria no Hospital Universitário de Brasília e na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.
Nesse processo, aumentam os batimentos cardíacos, as pupilas dilatam, a musculatura fica mais tensa e contraída. Embora esses efeitos durem segundos em uma situação de risco, em um diagnóstico de estresse crônico, um estímulo contínuo mantém essa hiperativação, sobrecarregando o organismo e fazendo mal a ele. “Há um estresse oxidativo que gera lesões nas próprias células”, diz Calzada. O sistema imune também enfraquece — pois fica “esgotado” de tanto trabalhar esperando uma agressão física que nunca acontece. Então, a imunidade cai e qualquer doença tende a transitar de maneira mais fácil no corpo.
E não pense que essa supressão do sistema imune dura pouco tempo. De acordo com Ana Maria Rossi, doutora em psicologia clínica e presidente da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), a imunidade pode ser afetada até 24 meses após um evento estressor negativo, facilitando até mesmo a criação de células cancerígenas.
Rossi diz que isso acontece porque no organismo as células se renovam o tempo todo e o sistema imune ativado está sempre vigiando para defender e, se necessário, destruir alguma célula errada. Se ele estiver esgotado, pode falhar nessa manutenção e não combater a célula cancerígena. “Por isso, o estresse crônico afeta as defesas celulares, dificultando o combate às infecções e aos tumores”, diz ela.

Fonte: UOL

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