Comportamento & Equilíbrio

Essência das pessoas permanece a mesma ao longo da vida

Estudo investigou se as pessoas são as mesmas ao longo da vida

Somos a mesma pessoa ao longo da vida? Um estudo psicobiológico publicado no periódico Psychophysiology, no dia 30 de setembro deste ano, sobre identidade pessoal e sua modificação ao longo do tempo mostra que a essência das pessoas permanece amplamente estável ao longo dos anos.
Miguel Rubianes, autor do artigo e pesquisador da Universidad Complutense de Madrid (UCM), na Espanha, explicou que o objetivo do estudo era responder “se as pessoas são as mesmas ao longo da vida”. “Em conjunto com materiais anteriores da literatura, nossos resultados indicam que há um componente que permanece estável, enquanto outra parte é mais suscetível a mudanças ao longo do tempo”.
O que fica estável é a “continuidade do self”, ou seja, a capacidade de autoconsciência e de autorreconhecimento. Os fatores que passam por mudanças são aspectos físicos, processos fisiológicos e até mesmo atitudes, crenças e valores. Esses sim estão mais sujeitos a mudanças.
Mesmo componentes como traços de personalidade tendem a mudar um pouco ao longo dos anos, mas “o sentido de ser você mesmo é preservado, melhorando nossa compreensão da natureza humana”, explica Rubianes.

Como o estudo foi feito?
Vinte participantes com média de 23 anos e sem histórico de distúrbios neurológicos ou cognitivos, tiveram suas atividades cerebrais registradas pelo exame EEG (eletroencefalografia); o grupo deveria realizar duas tarefas durante o exame: uma de identificação (de si mesmo, amigos ou desconhecidos) e uma de reconhecimento de idade (adulto, adolescência e infância).

Quais foram os resultados do estudo?
Além de mostrar que nossa essência não passa por muitas mudanças ao longo da vida, o estudo também teve um grande achado. O artigo determinou quanto tempo leva para o cérebro reconhecer nossa própria identidade como diferente se comparada com outras: cerca de 250 milissegundos.

Por que este estudo é importante?
O autor do estudo disse que o resultado “demonstra a importância da investigação básica e clínica no estudo do papel da identidade pessoal”. Isso porque este conceito pode ser “muito mais importante do que se pensava anteriormente, além de desempenhar um papel fundamental em processos de avaliação e intervenção psicológica”.
Ainda de acordo com o pesquisador da UCM, alterações na percepção de si mesmo podem estar implícitos a vários transtornos de personalidade, como transtorno bipolar e personalidade narcisista, e até mesmo outras doenças mentais, como esquizofrenia e depressão.

Fonte: UOL

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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