Esportes

Atleta mostra que é possível começar na corrida aos 48 anos e chegar a um alto nível competitivo

Texto: Fernando Moreira

Maria Dalva da Costa Lucas, 57 anos, nascida em Parazinho, Rio Grande do Norte, veio para o Espírito Santo há 20 anos para trabalhar em casa de família como cuidadora. Acabou se casando aqui e hoje mora em Jardim da Penha, Vitória.
Aos 48 anos, começou a praticar corrida e não parou mais. Nestes últimos 10 anos foram vários títulos acumulados e os números não param de crescer, se orgulha Maria Dalva, ao mostrar todos os troféus e medalhas conquistados com muito suor e dedicação.
“Correr me dá um objetivo na vida, de buscar sempre melhorar no que faço, além disso, me faz estar com a saúde em dia, pois afeta a minha alimentação e a minha rotina diária. Tenho meu trabalho e minhas tarefas, mas, ao mesmo tempo, vivo num ritmo de vida de atleta, preciso ter alimentação saudável, treinar, fazer preparação paralela aos treinos, e dividir meu tempo da melhor forma para me dedicar ao máximo à corrida” conta.
Nossa entrevistada relata que já fazia muita atividade física antes da corrida, jogava futebol de campo e de salão, handebol, vôlei e frescobol. “No início tinha medo de correr, mas achava bonito, me surpreendi, pois, logo nas primeiras corridas, comecei a pegar pódio e decidi me dedicar para focar mais no esporte”.
São mais de 60 troféus de primeiro lugar em competições na categoria geral, sem contar as diversas premiações por faixa etária. As corridas que a atleta disputa variam de distância entre 5 a 20 km e um dos títulos que Dalva considera mais importantes é o de campeã na categoria geral da Corrida Capixaba das Montanhas — Etapa Matilde — 7 Km. “Foi uma prova muito difícil, competitiva e desgastante, na categoria geral normalmente não se vê mulheres da minha idade no pódio, fiquei muito orgulhosa pela conquista, e senti que os treinos deram resultado”, afirma.
Normalmente, ela disputa três corridas por mês e os treinos dividem-se em técnico e físico durante a semana, e no sábado ainda faz um treinamento mais intenso, chamado de “longão”, que serve para pegar mais resistência em provas de maior distância. Toda esta agenda possui um custo, que acaba ficando quase todo por conta de Dalva.

“Sem um patrocínio é muito difícil continuar, eu trabalho em casa de família e ainda vendo bolos para fazer uma renda extra. Os custos ficam 90% por minha conta, recebo ajuda de alguns conhecidos, mas tenho que complementar com meu próprio bolso, são despesas com tênis, alimentação, transporte, academia e tudo o que um atleta precisa”, explica.

Dalva conta que tem um sonho de disputar uma corrida fora do Brasil. “Acho que posso conseguir isso ainda, só preciso mesmo é de incentivo financeiro, posso divulgar a marca de uma grande empresa nas roupas que uso nas corridas e nas fotos que tiro no pódio nas minhas redes sociais, bem como citar o nome do patrocinador nas entrevistas publicadas, além disso, as empresas podem deduzir os valores de patrocínio em sua declaração de impostos, é uma relação onde todos saem ganhando”, conclui.

Essa história reflete mais uma vez a falta de incentivo ao esporte, mais uma atleta que faz, por amor, todo esforço necessário para continuar competindo, evoluindo e se dedicando aos treinos diariamente para buscar estar entre as melhores. Os ganhos com isso aparecem por consequência, mesmo não obtendo o primeiro lugar, cada competição ensina e todo o tempo investido vale a pena, os reflexos vêm na saúde e no bem-estar e em tantos benefícios que mostram o verdadeiro valor do esporte na vida.
No próximo domingo, 05 de setembro, já tem mais corrida, Dalva irá participar da Meia-Maratona de Anchieta, serão 21 Km de muito foco e vontade de vencer. Os resultados das competições e contato com a atleta podem ser feitos através de seu perfil na rede social Instagram: @dalvadacosta.

Fernando Moreira
Analista de Sistemas, Bacharel em Psicologia
e Pós-graduado em Neuropsicologia

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