Bares e restaurantes: situação melhora, mas endividamento preocupa
Rodrigo Vervloet, presidente do SindBares e Abrasel no ES, defende o avanço das medidas de flexibilização para a sobrevivência dos negócios
A retomada segue firme no setor de bares e restaurantes. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em agosto, com 1.272 estabelecimentos de todo o Brasil mostra que o faturamento está voltando aos poucos. O índice de empresas trabalhando no prejuízo caiu para 37% em julho, contra 54% em junho e 77% em abril.
Rodrigo Vervloet — presidente do SindBares e Abrasel no Espírito Santo — comenta que o Estado segue a tendência de retomada apontada na pesquisa, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “A flexibilização é essencial para a sobrevivência dos bares e restaurantes e, junto deles, a manutenção de empregos. Nosso setor emprega cerca de 10 mil pessoas de forma direta, sem contar os empregos indiretos. É preciso manter o que já foi melhorado e avançar nas medidas para permitir o funcionamento seguro dos estabelecimentos”, destaca.
Outra boa notícia da pesquisa é que diminuiu o número de empresas que dizem não ter conseguido honrar integralmente os salários de seus funcionários. Foram apenas 16% em agosto, contra 27% em julho — número que alcançou 91% em abril. Também caiu o número de empresas que apontaram estar com dívidas em atraso: foram 54% no último levantamento, contra 64% em julho e 77% em maio.
Apesar da melhora, o índice ainda preocupa, pois representa que mais da metade das empresas não consegue ainda cumprir, de modo integral, os compromissos com impostos, aluguel, água/luz/gás e fornecedores.
“É preciso reiterar que nossos compromissos fiscais e tributários não cessaram enquanto estávamos de portas fechadas. É preciso ter um olhar especial para os setores que mais sofreram com as medidas restritivas com desoneração de tributos e disponibilização de linhas de crédito para os empreendedores”, cobra Vervloet.
Outro ponto de preocupação, apontado na pesquisa, é a alta no custo dos insumos. O estudo apontou que 83% dos empresários têm a percepção de que alimentos e bebidas subiram mais de 10% no primeiro semestre, embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha fechado em 3,77% no período. Além disso, 84% disseram acreditar em novas altas até o fim do ano. Os reajustes estão sendo repassados aos cardápios, mas não de maneira integral — 64% disseram ter aumentado os valores dos pratos no primeiro semestre. Mas, destes, quase metade (44%) disseram ter aumentado os preços entre 5% e 10%.