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Escassez de água pode afetar cinco bilhões de pessoas até 2050, alerta ONU

Estudo destaca a necessidade de ações urgentes para melhorar a gestão cooperativa da água, abraçando políticas integradas e aumentando o investimento na área

Uma crise sem precedentes pode afetar mais de cinco bilhões de pessoas até 2050 com escassez de água, de acordo com um novo relatório da Organização Mundial de Meteorologia (OMM). O órgão faz o alerta aos governantes às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021, marcada para o dia 31 de outubro.
Intitulado “O Estado dos Serviços Climáticos 2021: Água”, o estudo destaca a necessidade de ações urgentes para melhorar a gestão cooperativa da água, abraçando políticas integradas e aumentando o investimento na área.
“O aumento das temperaturas está resultando em mudanças globais e regionais de precipitação, levando a mudanças nos padrões de precipitação e nas estações agrícolas, com um grande impacto na segurança alimentar, na saúde e no bem-estar humanos”, disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, no documento.

“Precisamos acordar para a iminente crise da água”, Petteri Taalas

Perigos e estresse relacionados à água
De acordo com os números citados, 3,6 bilhões de pessoas sofriam com a escassez de água pelo menos um mês por ano em 2018. Em 2050, espera-se que aumente para mais de cinco bilhões.
Nos últimos 20 anos, o armazenamento de água terrestre — a soma de toda a água na superfície da terra e no subsolo, incluindo umidade do solo, neve e gelo — caiu a uma taxa de 1cm por ano. As maiores perdas estão ocorrendo na Antártica e na Groenlândia, mas muitos locais de baixa latitude altamente povoados estão experimentando perdas de água significativas em áreas que tradicionalmente fornecem abastecimento de água, com ramificações importantes para a segurança da água.
Essas perdas têm “consequências importantes para a segurança hídrica”, destacou a organização, sobretudo porque “a água doce utilizável e disponível representa apenas 0,5% da água presente na Terra”. Ao mesmo tempo, os riscos relacionados à água subiram nas últimas duas décadas.
Desde 2000, os desastres relacionados com enchentes aumentaram 134% em comparação com as duas décadas anteriores. A maioria das mortes e perdas econômicas relacionadas às enchentes foram registradas na Ásia, onde os sistemas de alerta de ponta a ponta para enchentes ribeirinhas precisam ser fortalecidos.
O número e a duração das secas também foram elevadas a 29% no mesmo período. A maioria das mortes relacionadas com a seca ocorreu na África.

Apelo
Para reduzir possíveis desastres e a escassez de água, a OMN insiste que é essencial investir tanto em sistemas que permitam melhor gestão dos recursos quanto em sistemas de alerta precoce.
Cerca de 60% dos serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais — agências públicas nacionais encarregadas de fornecer informações hidrológicas básicas e serviços de alerta ao governo, ao público e ao setor privado — carecem de todas as capacidades necessárias para fornecer serviços climáticos para a água.
Além disso, em cerca de 40% dos países-membros “não há coleta de dados sobre as variáveis hídricas básicas” e em “67% deles não há dados hídricos disponíveis”.

Fonte: eCycle

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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