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Carrossel holandês

Essa seleção quebrou paradigmas, regras e esquemas obsoletos. Por que isso não pode acontecer nas nossas empresas?

Texto: Davi Mourrahy

Na Copa do Mundo de 1974, a seleção holandesa, até então desconhecida e sem tradição no futebol, surpreendeu o mundo com uma maneira diferenciada de se jogar futebol. O time era conhecido como carrossel holandês, pela sua forma de jogar, a qual os jogadores não tinham uma posição fixa em campo. O criador do esquema foi o técnico Rinus Michels. Esse esquema simbolizava um próprio carrossel, onde todos circulavam em campo dificultando a vida dos adversários. Era uma equipe extremamente tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo. Essa seleção, apesar de não ter vencido o mundial de 74, mudou muitas das concepções do jogo até aquela data e abriu novos caminhos para o espetáculo do futebol.
Essa seleção quebrou paradigmas, regras e esquemas obsoletos. Por que isso não pode acontecer nas nossas empresas? Quando falamos em marketing, precisamos não só satisfazer nosso cliente, mas encantá-lo. Essa seleção encantava com algo novo.
Edward Deming, o cara da qualidade disse: “Se você não tem um concorrente, reze para ter um. Se você tem um, reze para ter dois”. Isso é a busca pela qualidade total, pela excelência em produtos e serviços.
Hoje, as organizações que não inovam têm menos chances de sobreviver no mercado. A inovação é o grande diferencial nas organizações.
Você ainda deve estar se perguntando o que tem a ver o futebol com uma empresa. Tudo. O trabalho é coletivo, a bola passa de pé em pé, todos participam. Não existe sucesso sem comprometimento e participação de todos na empresa.
Imagine uma empresa que quando o cliente chega é bem recebido, tratado de forma diferenciada, o vendedor atende-o bem, como rei, tentando suprir suas necessidades e encantá-lo. O cliente fecha a venda, agenda a entrega, se programa para isso e se surpreende com o atraso no serviço. O que ele deve pensar da empresa?
Todo o trabalho tem que ser bem-feito. Do atendimento ao pós-venda. Isso é satisfação total do cliente. Quantas empresas hoje, ainda não conseguem chegar à excelência por um detalhe. Então, esteja atento a eles.
Imagine a situação: você liga para uma pizzaria e pede uma pizza portuguesa sem cebola. Porém, o pizzaiolo prepara a sua pizza e esquece o detalhe da “cebola”. Então, ele começa a negociar com o chefe.
“O cliente pediu sem cebola, mas esqueci e coloquei cebola”.
O chefe é igualzinho e diz: “Mas onde já se viu não gostar de cebola? Eu adoro. Como até cebola crua”.
“Eu também”, diz o pizzaiolo.
No final, vem a famosa pergunta: “Vai assim mesmo chefe?”. “Vai. Vai assim mesmo. A pizza vai assim mesmo, só que vai uma única vez”. Isso é atenção aos detalhes. A pizza vai, mas só uma vez. O trabalho tem que ser bem-feito. Lembre-se: você tem concorrentes. Um detalhe pode afastar o cliente de você.
Hoje, no mundo, apenas 5% das empresas investem em inovação. E a inovação não é só em produtos e serviços, mas em uma gestão focada no ser humano como o centro do processo nas organizações, ou seja, inovação só vem de gente, pessoas. São as pessoas que fazem o sucesso das organizações.

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