Ciência Saúde

Pesquisadores criam medicamento para tratamento de depressão pós-parto

Uma equipe de pesquisadores criou e adaptou um medicamento para tratar mulheres com depressão pós-parto. Publicada no Journal of Neuroendocrinology, a abordagem usa a química natural do corpo para conseguir repor a perda de hormônios.
Segundo publicação do Medical Xpress, a depressão pós-parto afeta cerca de uma em cada oito mulheres, conforme dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Durante a gravidez, um neuroesteroide específico, a alopregnanolona, é produzido em grandes quantidades, no entanto, após o parto, uma queda brusca acontece levando a desequilíbrios químicos no cérebro que podem causar a depressão.
O brexanalona, como foi nomeado o medicamento, foi adaptado de um outro tratamento para doenças cerebrais e funciona como uma terapia de reposição. Injetável, ele foi aprovado em 2019 e é considerado o primeiro medicamento para depressão pós-parto.
“Antes da terapia de reposição de neuroesteroides, não havia remédio disponível que funcionasse rápido o suficiente para tratar a depressão pós-parto”, disse D. Samba Reddy, professor do departamento de Neurociência e Terapêutica Experimental do Texas A&M Faculdade de Medicina.

Pesquisadores criam medicamento para tratamento de depressão pós-parto (Foto: Shutterstock)

“Após o parto, as mulheres não têm semanas para esperar pelos medicamentos contra a depressão existentes, que levam pelo menos três a quatro semanas antes de fazerem efeito”. Em um ciclo normal de pós-parto, as mães levam algumas semanas para que o corpo consiga, sozinho, voltar ao ritmo normal, bem como com o ciclo menstrual.
Os neuroesteroides, por outro lado, atuam imediatamente como antidepressivos porque têm um mecanismo de ação rápida. Eles aumentam um receptor já existente no cérebro, então, quando a droga é infundida, o paciente imediatamente começa a se sentir melhor e, após a duração recomendada de três dias de tratamento, eles continuarão a se sentir melhor por semanas, o que ajuda as mulheres no momento mais crítico de desequilíbrio no corpo até que eles possam voltar a produzir os neuroesteroides naturalmente.

Um problema comum, mas pouco falado
Para a equipe, apesar de comum, pouco se fala sobre a depressão pós-parto, já que até o momento não havia tratamentos para oferecer além dos já conhecidos para depressão no geral. No entanto, com a chegada do medicamento, mais campanhas de conscientização a respeito da doença podem ser feitas. “Com a garantia de que existe um tratamento disponível, acho que as mulheres se sentirão mais capacitadas para falar sobre a depressão pós-parto e buscar a ajuda de que precisam”, concluiu Reddy.

Fonte: Olhar Digital

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