De banguela a caçamba: palavras que usamos e foram originadas na África
Conheça a origem de algumas das palavras que utilizamos em nosso cotidiano
A língua portuguesa no Brasil foi enriquecida com termos que se originaram tanto a partir de línguas indígenas quanto africanas. Algumas delas mantiveram seu significado inicial, enquanto outras foram adaptadas com o tempo e seguem ativas em nosso vocabulário até os presentes dias. Aqui vão seis palavras muito utilizadas em nosso cotidiano que foram trazidas, no passado, por pessoas negras escravizadas. São elas:
1. Banguela
O termo que se refere a uma pessoa sem dentes tem origem na época da escravidão. Conforme relembrou a revista Recreio, era comum que muitos dos escravizados que vinham da região de Benguela, em Angola, arrancassem alguns de seus dentes. Logo, passou-se a associar o local de origem dessas pessoas a essa característica.
2. Moleque
Esta é outra palavra trazida pelos escravizados ao Brasil e que ainda hoje falamos sem sabermos de sua origem. Muleke, assim como hoje, é o termo utilizado para se referir aos meninos mais novos.
3. Quindim
Originalmente Kendê, este termo dava nome a um doce da culinária africana que era uma espécie de pudim feito à base de milho ou mandioca. Hoje, conhecemos como quindim uma receita feita com gemas de ovos, açúcar e coco ralado.
4. Caçamba
O termo original para caçamba era, na verdade, um tanto diferente. Kisambu, era a forma como os negros falantes do idioma quimbundo se referiam aos cestos grandes. Com o tempo, porém, os brasileiros passaram a entender como caçamba outros tipos de recipientes.
5. Caçula
Kasule em quimbundo era um termo que designava “o filho mais novo” de uma família. O significado foi mantido apesar do tempo, de modo que, ainda hoje nos referimos aos irmãos mais novos como o “caçula”.
6. Cafuné
Talvez uma das palavras que os brasileiros consideram mais difíceis de traduzir para outras línguas, como por exemplo o inglês, o termo “cafuné” também é uma herança africana. Vem de kifunate, que significava algo como “torcer a cabeça”, mas que, com o tempo, adquiriu o atual significado, o de coçar o couro cabeludo de alguém de maneira delicada.
Fonte: Aventuras na História