Política

Vice-prefeita de Vitória fala de sua trajetória de superação até chegar ao cargo

De origem humilde, a mineira, que teve êxito na Polícia Militar, chegou ao posto de vice-prefeita da cidade mais importante do ES

A Coluna “Olhar de uma Lente”, dos jornalistas Luzimara Fernandes e Haroldo Filho, estará apresentando uma série de quatro entrevistas com Capitã Estéfane da Silva Franca Ferreira, nas quais traremos um pouco de sua trajetória até chegar ao cargo de vice-prefeita da capital, Vitória.
Mineira de Conselheiro Pena e moradora da capital capixaba há 30 anos, ela é casada e mãe de um filho de quatro anos. De família humilde, Estéfane diz ter enfrentado dificuldades e uma das coisas que a fez mudar completamente sua forma de ver a vida foi o nascimento do filho Brayan.

“A partir do nascimento do meu filho, comecei a ter uma visão diferente da vida. Tenho bacharelado em Direito e em Ciências Policiais e Segurança Pública; Especialista em Direito Militar; Especialista em Gestão Pública e Gestão de Pessoas e Capitã QOC RR da Polícia Militar do Espírito Santo. Dentro da minha área de atuação, tive o prazer de participar do livro “Lições Avançadas de Segurança Pública”, sob a coordenação do Dr. Roberto Antônio Darós Malaquias, no qual trazemos algumas temáticas de discussão sobre ‘Atualização do sistema de Segurança Pública’. Escrevi um capítulo contribuindo com essa obra científica e isso me deixa muito orgulhosa, pois acredito que temos que investir em conhecimento, em evolução, em tecnologia e em melhorias”, comemora.

Livro: “Lições Avançadas de Segurança Pública” — Promulgação da Lei 13.491 de 13 de outubro de 2017 e a problemática da identidade ambígua das polícias militares e corpo de bombeiros militares no Brasil (Foto: Haroldo Filho/F&N)

Estéfane veio para Vitória com onze meses de idade e foi criada na região da Grande São Pedro. A vida escolar foi toda em escola pública e teve a oportunidade de ingressar na Polícia Militar (PM) aos dezoito anos. Logo depois da formação do curso de soldado, começou a cursar Direito, mas teve que interromper para começar o Curso de Formação de Oficiais (CFO), após a conclusão do curso, voltou para a faculdade e concluiu o curso de Direito.

Como sou de família humilde, precisei trabalhar e comecei como manicure aos quatorze anos, depois estagiei no Instituto Jones dos Santos Neves. Trabalhei numa empresa privada, fui assistente num consultório odontológico, fui assistente de atendimento na Citroën até ingressar na polícia como soldado”, explica.

Perguntada sobre a experiência adquirida na Polícia Militar, a vice-prefeita disse que mudou sua visão de mundo. “Meu ingresso na PM mudou minha visão de mundo porque, como eu disse, sempre morei na periferia e passei por muita escassez. Quem mora nessas regiões, geralmente, não tem tanto contato com policiais, a não ser nos momentos de repressão. Mesmo que eu não tenha sofrido repressão, eu via a atuação da polícia e, ao mesmo tempo, ouvia as pessoas contando histórias e isso me deixou com uma imagem completamente diferente. Somente quando entrei, passei a conhecer o modo de atuação, a legalidade e a visão do policial como um protetor da sociedade e isso foi uma virada de horizonte. Somente a partir daí, que adquiri uma visão mais equilibrada sobre a questão da injustiça social, que a gente sabe que existe, da questão da ordem, da segurança pública, da proteção da coletividade — que também é muito importante — caso contrário, transformamos tudo numa grande bagunça. A polícia foi um presente de Deus para minha vida. Foram onze anos dentro da corporação e um aprendizado de comando, um aprendizado de gestão”, confessa.

Fachada do Palácio da Prefeitura de Vitória (Foto: Jansen Lube/PMV)

Como aspirante, Estéfane assumiu a função de comandante do policiamento quando, na época, todo o policiamento do território de Vitória era responsabilidade do Primeiro Batalhão. “Quando eu estava de serviço era minha responsabilidade. Nessas ocasiões, a gente aprende a lidar com pessoas, com a legislação, com a condução do trabalho e foi uma experiência muito gratificante. É uma função bem árdua porque como é um cargo de gestão, você não só faz o seu serviço e vai embora, as responsabilidades continuam após o expediente. Você tem funções agregadas. Nos horários de folga a gente tinha reunião, instrução, procedimentos, dava aulas de tiro para os cursos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA) e para os policiais que estavam em formação continuada, foi um período de grandes atribuições, mas que me deu uma visão muito ampla de gerenciar pessoas”, exalta.

A vice-prefeita falou também de políticas públicas (saúde, educação, mobilidade, segurança, turismo) do município de Vitória e fez uma panorâmica sobre o cenário político do País, do Estado e da capital, mas isso ficará para as próximas semanas.
Até lá!

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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