Ciência

Megatubarão 2: tubarão do filme existiu de verdade e tinha 20 metros

Por Luísa Costa

O fenômeno Barbenheimer ainda agita os cinemas, mas outro filme gringo já chegou em terras tupiniquins: Megatubarão 2. No filme de Ben Wheatley, um grupo de pesquisadores encontra um tubarão gigantesco nas Fossas Marianas, o lugar mais profundo dos oceanos, com 11 mil metros de profundidade.
O trailer do filme, como esperado, tem cenas absurdas para dar e vender: de tubarão devorando um casal num pedalinho a Jason Statham, ator protagonista, afastando a fera com um pé em sua mandíbula. Embora tudo pareça exagerado, uma coisa é certa: animais como o megatubarão existiram, sim, por 20 milhões de anos na Terra.
Trata-se do megalodonte, um tubarão pré-histórico que, acredita-se, chegava a 20 metros de comprimento e viveu entre o início da época do Mioceno, há 23,03 milhões de anos, ao final do Plioceno, há 2,58 milhões de anos. Ele é considerado o maior tubarão e o maior peixe que já existiu.

Megapredador
O megalodonte pode ser comparado ao tubarão-baleia moderno, o maior que existe hoje, que atinge 18 metros de comprimento. Mas este animal não é um predador como era o megalodonte: ele filtra a água para se alimentar de plâncton. Por isso, o megalodonte também pode ser o maior predador que já existiu por aqui.

Acredita-se que ele predava peixes, baleias, sirênios (ou seja, animais como peixes-boi) e focas. Ele provavelmente podia nadar e caçar em águas frias, obtendo acesso exclusivo a algumas presas, porque seria um animal de sangue quente, capaz de controlar sua temperatura interna — como fazem os mamíferos, diferente da maioria dos peixes.

Além de proporcionar acesso a águas frias para caçar, o fato de ser um animal de sangue quente também seria uma das características que possibilitaram que o tubarão percorresse longas distâncias. Alguns cientistas acreditam que ele podia nadar rotineiramente de um oceano para outro — e o chamam de “superpredador transoceânico”.

Dente do megalodonte (à direita) em comparação aos dentes do tubarão-branco moderno (Foto: Wikimedia Commons/Reprodução)

“Mega” mesmo
Seu nome é uma junção de palavras de raiz grega e significa “dente gigante”. O motivo para isto é o fato de que nós sabemos da existência do megalodonte, desde os anos 1840, porque encontramos alguns dentes fossilizados do tubarão. Alguns têm quase 17 centímetros de comprimento — enquanto os dentes do tubarão-branco moderno têm cerca de 7,5cm.

Paleontólogos já encontraram fósseis de megalodonte ao longo das costas e regiões de plataforma continental de todos os continentes, exceto na Antártica. Mas nunca se encontrou um esqueleto completo do animal, só dentes e vértebras. Isso porque tubarões são peixes cartilaginosos, e seus esqueletos de cartilagem não resistem bem aos milhões de anos.

Por isso, o tamanho deste tubarão pré-histórico é uma estimativa que os cientistas calculam a partir da relação entre o tamanho dos dentes do megalodonte e os dentes e a massa corporal dos tubarões brancos modernos (com 4,9 metros de comprimento) e outros parentes vivos do megatubarão. Além de 20 metros de comprimento, o megalodonte pesava de 30 a 65 toneladas.

Extinção do tubarão
E quando esse animal gigantesco sumiu da face da Terra? Acredita-se que as populações de megalodonte diminuíram ao longo do Plioceno — uma época que compreende o período de 5,33 a 2,58 milhões de anos atrás. Isso teria acontecido por conta de mudanças na dinâmica das cadeias alimentares dos oceanos.

As populações de baleias, sua principal refeição, teriam diminuído, enquanto o número de competidores, como tubarões predadores menores, aumentaram. Com menos presas, o megalodonte não teria conseguido suprir sua demanda energética igualmente grande — e desaparecido, há 2,58 milhões de anos atrás.

Fonte: GizModo

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish