Política

Max Pitangui, o preso político capixaba

O radialista Max Pitangui de Abreu, foi preso acusado por ‘atos antidemocráticos’ e, hoje, usa tornozeleira a mando de Alexandre de Moraes

Esta semana, o Fatos & Notícias entrevistou o radialista Maxcione Pitangui de Abreu, mais conhecido como Max Pitangui, para ouvir e entender melhor os motivos que o levaram à prisão. Max não entende o porquê foi preso e está usando tornozeleira, punição imposta pela justiça, uma vez que não houve processo legal.
Na ocasião, o radialista, que é casado e pai de cinco filhos, foi condenado a indenizar a procuradora-geral de justiça, Luciana Gomes Ferreira de Andrade, por danos morais, sentenciada pelo juiz Boanerges Eler Lopes, do 9º. Juizado Especial Cível de Vitória.

Segundo Pitangui, sua prisão não passou de interesses políticos para acobertar atos ilícitos que envolviam membros do governo Casagrande acobertados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que tinha na presidência a procuradora-geral Luciana Gomes.

A prisão aconteceu, acredito eu, porque em 2022, vocês da imprensa noticiavam irregularidades que estavam acontecendo no judiciário e no Poder Executivo capixaba. Como cristão e defensor incondicional da família e dos princípios morais, como ativista político, comecei de forma anônima e independente, a denunciar, nas minhas redes sociais, esses acontecimentos”, explica Max.

“Outra coisa que potencializou meu envolvimento foi o abuso sexual sofrido por uma filha minha. Isso me fez ver melhor o quão é despreparada a nossa segurança pública, o governo Casagrande num todo. Basta ver o baixo número no contingente de policiais — militar e civil — certificado da má gestão do governador Casagrande”, acrescenta.

“Ainda neste governo, fiz denúncias contra Tyago Hoffman, hoje deputado estadual, e o advogado Munir Abud de Oliveira, na época presidente do Bandes, que desviou milhões, chegando a construir uma mansão, completamente fora da sua realidade orçamentária, ou seja, procurei dar mais visibilidade à sociedade e isso era só a ponta do iceberg. Foram diversos crimes na época, juízes vendendo sentenças junto ao MPES, coisas estranhas aconteciam sem o conhecimento da população”, afirma.

Em 2022, minha prisão foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, certamente para me calar, já que eu estava expondo a realidade da cúpula podre do judiciário capixaba que estava cometendo diversos crimes contra a sociedade”.

A prisão de Max foi amplamente noticiada pelas grandes mídias e emissoras. “A Polícia Federal deu resultado técnico do meu caso sendo que não tinha nenhum envolvimento meu com as acusações feitas a meu respeito. Fui preso sem acusação a sem denúncia, ou seja, fui sequestrado pelo Estado brasileiro por estar cobrando democracia e ironicamente fui acusado de praticar atos antidemocráticos. Isso nos dá uma ideia clara de que estamos vivendo num estado de exceção, de ditadura”.

“A procuradora, que é do Estado de São Paulo, pela sua aproximação com o ministro Alexandre de Moraes, conseguiu essa façanha. Ela havia tentado me prender em outro momento, com pedido feito ao ministro Dias Toffoli, mas foi negado. Após o insucesso com Toffoli, a magistrada, então, procurou o Moraes, que tem uma tara muito grande em perseguir pessoas ligadas à direita e ao Bolsonaro. Ele não respeita o trâmite processual, é o comportamento de praxe dele, que se coloca acima da Constituição, da lei, enfim acima de tudo e de todos. Mandou prender-me para proteger a procuradora Luciana Gomes dos seus crimes, isso é fato e todo mundo sabe disso”, expõe.

“Fui para o Paraguai com minha família por não aceitar ordens ilegais. Fiquei como exilado político, vivendo de forma correta e legal, mas continuei denunciando as irregularidades na equipe de governo e do MPES, mostrando o porquê da perseguição. Aproveito para deixar claro que, em momento algum, fui destratado pelos policiais federais, vi cidadãos por trás das fardas que agiram com profissionalismo e respeito. Hoje, mesmo sendo inocentado, estou usando tornozeleira. Essa situação trouxe diversos prejuízos tanto para mim como para minha família. Acarretou problemas financeiros e sociais, de relacionamento com outras pessoas que questionavam minha honra, tudo por consequência de uma ação injusta de um ministro que se acha acima da lei, Alexandre de Moraes”, critica.

Resoluto, Pitangui diz, com um certo conformismo, que ‘a vida é assim’. Ele faz um apelo à população, “no próximo mês estaremos escolhendo prefeitos e vereadores. Moro desde criança no município da Serra, amo minha cidade e acho que o município mais populoso e segunda maior economia do Estado precisa de uma renovação, urgente. Chega desse chavismo que vivemos há quase trinta anos com apenas dois nomes, Audifax e Vidigal. O município serrano precisa avançar, parar de viver do passado, o momento é de renovação. Para lutar em melhores condições, coloquei meu nome à disposição da população serrana para concorrer ao cargo de vereador, por entender que o Legislativo precisa fazer o que lhe é devido: fiscalizar e denunciar, quando necessário, o Executivo e apresentar projetos de leis”.

“Tenho um projeto muito interessante para a saúde, denominado Anjo Gabriel, que tem como norte cuidar da vida desde a sua concepção, colocar no exame morfológico a medida do colo do útero da 11ª. a 12ª. semana de gestação. O exame já existe no pré-natal, mas vou sugerir a implementação da medida do colo do útero. Com isso, evitaremos internação de crianças, eclâmpsia e pré-eclâmpsia, além de evitar nascimento de crianças prematuras, que acabam tendo inúmeros problemas para o resto de sua vida, inclusive o autismo”.
Na educação, Max diz que fiscalizará e combaterá a ideologia de gênero, imposta pela esquerda dentro das nossas instituições de ensino. “Acompanharei de perto todo o contexto educacional que é oferecido para nossas crianças”, afirma.

Outra área importante é o meio ambiente. “Nosso espelho d’água está completamente poluído, chamo atenção da Cesan, companhia controlada pelo governo. Não existe nenhum projeto de preservação das nossas riquezas naturais (lagoas, APAs, praias)”. O turismo é outra área escanteada pelas administrações. “Temos um turismo fraco e inoperante”, destaca.

Quero, aqui, agradecer o espaço e aproveitar para dizer que serei um combativo fiscalizador, para ajudar o nosso município e a direita conservadora a eleger seu representante em 2026. Teremos bons nomes, mas que seja Jair Bolsonaro, que, na minha opinião, foi o melhor presidente que o Brasil já teve. Sua missão ainda não foi concluída. Se ele não fez mais, foi porque o sistema não permitiu”, ressalta.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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