Tatu-de-rabo-mole-grande: espécie rara é encontrada no Pantanal

Por Lara Meneguelli

O Pantanal realmente é um bioma surpreendente! E, recentemente, se tornou ainda mais diverso graças à descoberta da ocorrência de uma espécie brasileira para a região: o tatu-de-rabo-mole-grande (Cabassous tatouay). Apesar da dificuldade de encontrar o animal na natureza, biólogos conseguiram confirmar a presença da espécie através de registros de armadilhas fotográficas. O tatu-de-rabo-mole-grande deve entrar para a lista de mamíferos do Mato Grosso do Sul (MS). O animal é pouco conhecido pela ciência e de raro avistamento.
O estudo foi feito por pesquisadores do Projeto Tatu-Canastra durante o período de oito anos e publicado na revista científica Edentata. A pesquisa recomenda a inclusão da espécie na lista de mamíferos do Mato Grosso do Sul e chama atenção para a importância de área de transição para a biodiversidade. Até a publicação, a espécie era descrita para os biomas Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pampa.

Gabriel Massocato, biólogo que atua no Projeto Tatu-Canastra e primeiro autor da pesquisa, afirma que, “esse achado mostra que é muito importante a conexão entre os biomas”. Maior das espécie Cabassous, o tatu-de-rabo-mole-grande, acredita-se, passe a maior parte do seu tempo embaixo da terra, por isso, seu avistamento é tão complicado.

Foram percorridos mais de 16 mil quilômetros de áreas de savana e áreas inundadas para o levantamento dos dados. Os pesquisadores conseguiram 12 registros da espécie, sendo oito no Cerrado e quatro no Pantanal, nas cidades de Miranda (MS) e Aquidauana (MS). Segundo os cientistas, com base no número de artigos publicados sobre a espécie, é uma das que menos foi estudada. Isso faz com que figure entre os déficits de informação da espécie e seus padrões de atividade e tendência populacional.

Gabriel ressalta: “só existiam dois registros científicos publicados sobre a ocorrência do tatu no Mato Grosso do Sul e ambos indicavam áreas de Cerrado. Alguns pesquisadores citavam a presença da espécie no Pantanal, mas não tinha nenhuma imagem ou observação que comprovasse essa teoria. As imagens são as principais provas da ocorrência do tatu na região. Conseguimos registros da espécie na borda do bioma, em áreas de transição com o Cerrado. Essas áreas são extremamente importantes para a conservação da fauna, justamente porque conectam dois biomas, ou seja, preservando a região nós garantimos a proteção de toda a biodiversidade local”.

Fora do Brasil, o tatu-de-rabo-mole-grande ocorre na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.

Fonte: GreenMe