Paleo & Arqueologia

Arqueólogos acham bonecos que mudam expressão em pirâmide de El Salvador

Bonecos de cerâmica encontrados em El Salvador parecem mudar de expressão conforme o ângulo de observação; entenda

Por Isabela Oliveira

Arqueólogos desenterraram bonecos de cerâmica de quase 2.400 anos em uma pirâmide em San Isidro, El Salvador. Liderada por Jan Szymański na Universidade de Varsóvia em 2022, a pesquisa foi relatada na revista acadêmica Antiquity.
O mais surpreendente sobre o conjunto é que os rostos expressivos — quatro femininos e um masculino — parecem mudar de acordo com o ângulo de observação. De acordo com uma declaração de Szymański, de cima, os bonecos “parecem quase sorridentes”. Contudo, no mesmo nível, “eles ficam bravos ou desdenhosos”, e de baixo, parecem ficar “assustados”.

O que a descoberta dos bonecos revela sobre El Salvador?
A hipótese é de que o design seja intencional, podendo indicar o papel dos bonecos em performances de rituais e eventos. Além disso, a falta de vestígios humanos sugere que os itens eram usados em ritos públicos, ao contrário das típicas oferendas funerárias.

Três dos bonecos têm quase 30 centímetros, enquanto os outros dois medem cerca de 18 centímetros e 10 centímetros de altura cada um. Os maiores estão nus, mas os menores têm mechas de cabelo e enfeites de orelha. Suas cabeças são móveis e as bocas abertas como os brinquedos de hoje, o que reforça que poderiam servir para narrativas teatrais ou encenações.

Outros artefatos também foram descobertos com os bonecos, como pingentes de jade, pilhas de recipientes de serviço e uma pedra de moer quebrada. A semelhança dos artefatos de jade com os de sítios antigos da Nicarágua, Costa Rica e Panamá também indica as conexões comerciais entre as regiões.
A novidade aumenta as informações sobre antigos rituais na América Central.

Para Szymański, a “descoberta contradiz a noção predominante sobre o atraso cultural ou isolamento de El Salvador nos tempos antigos”. Ele afirma que “ela revela a existência de comunidades vibrantes e de longo alcance, capazes de trocar ideias com lugares notavelmente distantes”.

Vale destacar que pouco se sabe sobre os assentamentos antigos de El Salvador antes do século 16. Isso devido a desastres naturais, como as erupções vulcânicas de Ilopango, que enterraram sítios entre 400 e 500 d.C. Além disso, a urbanização e a grande população da área limitam as escavações arqueológicas.

Fonte: Giz Brasil

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