Desaprovação a Lula segue em alta por preocupação com economia e responsabilidade fiscal

A responsabilidade fiscal também é apontada como preocupação da população, o que reflete na confiança do governo
Por Guilherme Grandi
A desaprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em alta por preocupações da população com a economia e a responsabilidade fiscal. A nova rodada da pesquisa AtlasIntel e Bloomberg divulgada nesta terça (1º) mostra a aprovação ao petista ainda em queda, mesmo com o anúncio de medidas para tentar reverter a perda de popularidade. Segundo o levantamento, a desaprovação a Lula já chega a 53,6% dos entrevistados, enquanto que a aprovação é de 44,9%. Veja abaixo a popularidade do petista desde janeiro de 2024:

A AtlasIntel ouviu 4.659 pessoas entre os dias 20 e 24 de março por meio digital, com margem de erro de 1 ponto percentual e grau de confiança de 95%. No detalhamento da avaliação do governo Lula, 49,6% dos entrevistados o consideram como ruim/péssimo, com uma leve melhora de 1,2 ponto percentual na comparação com a pesquisa do mês passado. Já outros 37,4% avaliaram como ótimo/bom, uma estabilidade dentro da margem de erro, e 12,5% como regular — eram 11,3% em fevereiro:

Segundo apurou a AtlasIntel com a Bloomberg, a preocupação com responsabilidade fiscal do governo é disparada a maior entre todas, com um desempenho péssimo do governo para 54% dos entrevistados. O mesmo se vê na comparação com a gestão de Jair Bolsonaro (PL), com uma atuação 59% pior.
Piora na economia
Para 55% dos entrevistados, a situação econômica do Brasil está ruim neste momento com expectativa de piora nos próximos seis meses para 45% dos entrevistados. Isso se reflete também na preocupação com a inflação no país (86,6%), com 75% dos entrevistados dizendo que a renda não está acompanhando o aumento dos preços.
A grande causa disso, dizem 56,9%, é a política econômica falha do governo, em que a equipe de Lula não está tomando as medidas corretas para conter a inflação para 62,5% dos entrevistados. A pesquisa apontou, ainda, que 46,6% veem uma intenção de compra menor para este ano, enquanto 30,8% acreditam numa melhora.
Por outro lado, a pesquisa mostra uma alta desconfiança sobre qual instituição pública ou privada poderia ajudar a reduzir a inflação. O Congresso não tem nenhuma confiança para 47% dos entrevistados, enquanto que 27% acreditam no Ministério da Fazenda:

Os entrevistados pela AtlasIntel afirmaram, ainda, acreditar que os preços irão diminuir “um pouco” (32,9%) com a recente medida anunciada pelo governo para eliminar os impostos de importação sobre certos produtos alimentícios, como azeite, carne, açúcar e milho. Outros 26,3% acreditam que ficarão iguais.
A pesquisa ainda apontou que 35% dos entrevistados acreditam que os preços no geral ficarão iguais ou podem até mesmo diminuir nos próximos seis meses; 95,8% sentiram a conta ficar mais cara nos supermercados; e 55,8% trocou produtos por opções mais baratas, como a carne pelo frango e a manteiga pela margarina.
Outros 59,9% apontaram de o aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central é um dos responsáveis pelo aumento da inflação. A Selic está em 14,25% com expectativa de uma nova subida em maio.
Fonte: Gazeta do Povo