Lata voadora

E aqui estou eu
Mais uma vez
Voando numa
Lata de sardinha
Supersônica
Sobre algum
Oceano revolto
Da vida
Meio apertado
E comprimido
Tentando olhar
A paisagem
Entre nuvens
De pensamentos
Variados em puro
Céu de brigadeiro
Aonde Dumont,
Afinal de contas,
Estava com a
Cabeça quando
Criou estas loucas
Máquinas voadoras
Valei-me Nossa
Senhora e ajude-me
São João, nosso
Patrono
Não que eu
Tenha medo
Da morte, mesmo
Por que tal
Sentimento
No alto de nada
Adianta
Mas, me dá
Sempre uma
Paúra
E uma certa
Inquietação
Nervosa
Pois, não consigo
Acostumar
Com a ideia de
Toneladas de
Ferro plainando
Ainda bem que
Estou lendo “a sutil
Arte de ligar o
Foda-se” de
Mark Manson