Manhã

Naquela manhã magnífica, o mar parecia calmo, suas formas e relevo o faziam transmitir a paz mais essencial ao coração. Suas águas esverdeadas refletiam o sol como o brilho de esmeraldas. As areias amareladas aqueciam os pés, pura massagem. No aroma que a brisa trazia do oceano, havia o frescor de algas e também o perfume do sal, inesquecível como o próprio sabor.
Os peixes surfavam as ondas como se fossem parte dela, e, na verdade, eram uma união de se admirar. A harmonia estava presente, em quase todos os sentidos, no toque, no olfato, na visão e na audição, tudo estava conexo, como em uma linda sinfonia.
Foi então que os ventos mudaram, as águas se agitaram e uma cor caramelizada tomou conta do mar. Ao redor já não havia brisa nem frescor. A fúria da natureza roubou a harmonia, no entanto, a beleza apenas se modificou. O sol se escondeu, o cinza prevaleceu. Um novo quadro surgiu, a tempestade trouxe consigo uma névoa branca e aconchegante. Em uma manhã, duas verdades em um mesmo local. Duas percepções que podem mudar a direção de uma história.
Autora: Silvia Vanderss
Conto: Manhã
Inédito
Palavras: 188