Gastronomia

O cachorro-quente e sua história

O cachorro-quente, um dos lanches mais populares ao redor do mundo, tem uma história fascinante que remonta há séculos. Este simples sanduíche, composto por uma salsicha dentro de um pão alongado, ganhou diversas versões ao longo do tempo, adaptando-se aos gostos locais e se tornando um ícone da culinária de rua. Vamos explorar a origem do cachorro-quente e descobrir quais são os cinco países que mais consomem esse prato.
A história do cachorro-quente começa na Europa, mais especificamente na Alemanha, onde a salsicha é uma tradição secular. Acredita-se que a salsicha de Frankfurt, conhecida como frankfurter, tenha sido criada no século 13. Já Viena, também clama a origem da salsicha, com a famosa wienerwurst. Seja em Frankfurt ou em Viena, essas salsichas eram frequentemente servidas em festas e eventos.
No entanto, a transformação da salsicha em um “cachorro-quente” começou nos Estados Unidos, no final do século 19. Os imigrantes alemães trouxeram consigo suas salsichas e as começaram a vender nas ruas de Nova York. A ideia de servir a salsicha dentro de um pão foi uma solução prática para que os clientes pudessem comer o lanche de forma mais fácil, sem queimar as mãos.

Uma das primeiras menções ao cachorro-quente nos Estados Unidos é atribuída a Charles Feltman, um imigrante alemão que começou a vender salsichas em Coney Island em 1867. Outro nome importante na popularização do cachorro-quente é Nathan Handwerker, fundador da Nathan’s Famous, que começou seu negócio também em Coney Island e ajudou a tornar o cachorro-quente um símbolo americano.

O cachorro-quente rapidamente se espalhou pelos Estados Unidos e, eventualmente, pelo mundo. Nos Estados Unidos, ele se tornou um alimento associado a eventos esportivos, piqueniques e, claro, às ruas das grandes cidades. Diferentes regiões dos EUA desenvolveram suas próprias variações, como o “Chicago-style hot dog”, que inclui picles, tomate, pimenta e cebola, e o “New York-style hot dog”, servido com chucrute e mostarda.

O cachorro-quente foi trazido ao Brasil pelo empresário idealizador da Cinelândia, no Rio de Janeiro, Francisco Serrador, por volta de 1926, quando começou a servir em seus cinemas. As variações regionais do hot dog no Brasil são muito comentadas, principalmente a receita que leva purê de batata, comum em São Paulo. Em Belém, o cachorro-quente é servido com carne moída. Já a versão carioca leva ovo de codorna, vinagrete, queijo parmesão, azeitona e batata-palha.

Os cinco países que mais consomem cachorro-quente

  1. Estados Unidos: não é surpresa que os Estados Unidos liderem a lista. O cachorro-quente é um alimento profundamente enraizado na cultura americana, especialmente durante o verão, quando milhões de cachorros-quentes são consumidos em churrascos, jogos de beisebol e festas. Estima-se que os americanos consumam cerca de 20 bilhões de cachorros-quentes por ano.
  2. Brasil: o cachorro-quente é extremamente popular no Brasil, onde ganhou versões únicas. Os brasileiros adoram adicionar ingredientes como purê de batata, milho, ervilha, molho de tomate, queijo, bacon e até batata palha. No Brasil, é comum encontrar carrinhos de cachorro-quente em praticamente todas as cidades, especialmente em eventos ao ar livre e festas.
  3. Canadá: o Canadá também tem uma forte tradição de consumo de cachorro-quente, similar à dos Estados Unidos. O lanche é popular em eventos esportivos, festivais e festas familiares. Em algumas regiões do país, o “steamie”, um cachorro-quente cozido no vapor, é a versão preferida.
  4. Japão: embora o Japão não tenha uma tradição de cachorro-quente como nos países ocidentais, o lanche ganhou popularidade ao longo das últimas décadas, especialmente em locais como parques temáticos e eventos esportivos. Os japoneses também gostam de inovar, criando versões como o “teriyaki hot dog”, que inclui molho teriyaki e algas.
  5. México: no México, o cachorro-quente é conhecido como “hot dog” ou “perro caliente”, e é, muitas vezes, servido com ingredientes picantes, como jalapeños, guacamole e pimenta. O lanche é especialmente popular nas grandes cidades e em regiões próximas à fronteira com os Estados Unidos, onde a influência americana é mais forte.

Por que tem esse nome
O nome hot dog (cachorro-quente) se deve ao cartunista americano Thomas Aloysius Dorgan (1877-1929), que desenhava personagens alemães na forma de cães da raça dachshund (por aqui, em terras brasileiras, são conhecidos por “salsichas”). A versão mais popular conta que, em 1901, o cartunista viu vendedores gritando para venderem as salsichas quentes e, por não saber escrever a palavra “Dachshund”, simplificou o nome para “hot dog” (cachorro quente) em um desenho, e o nome pegou.

Fonte: Milk & Mellow

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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