Ucrânia lança maior ataque aéreo contra a Rússia em três anos de guerra

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs uma trégua aérea ao regime de Putin, na Rússia
As defesas aéreas da Rússia abateram na madrugada desta terça-feira (11) 337 drones sobre o país, incluindo a região de Moscou, no maior ataque lançado pela Ucrânia desde que a guerra foi iniciada pelo ditador Vladimir Putin, em 2022.
De acordo com um balanço militar do Kremlin, 91 aeronaves não tripuladas foram abatidas nos arredores de Moscou. Por sua vez, o prefeito da cidade, Sergei Sobyanin, descreveu o ataque da última noite como o maior já registrado contra a capital russa.
Além disso, o comando militar russo afirmou que 126 dos drones abatidos ao longo da madrugada foram destruídos sobre a região de Kursk, onde tropas russas tentam expulsar forças ucranianas que controlam parte de seu território desde agosto do ano passado.
O ataque massivo com drones ocorreu horas antes da reunião em andamento na cidade saudita de Jedá entre delegações da Ucrânia e dos EUA, lideradas por seus respectivos chefes de diplomacia, Andrii Sybiha e Marco Rubio, para discutir possíveis negociações para um tratado de paz com a Rússia. Kiev afirmou que o ataque massivo lançado na noite desta segunda-feira (10) contra Moscou e arredores, justamente na véspera da reunião que representantes de Kiev estão realizando nesta terça-feira, tem como objetivo pressionar Putin a aceitar a proposta de trégua aérea temporária feita pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Este é outro sinal para (o ditador russo Vladimir) Putin de que deve estar interessado em um cessar-fogo no ar”, disse Andriy Kovalenko, chefe do Centro contra a Desinformação do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, em um vídeo postado em seu canal no Telegram. Kovalenko descreveu o ataque de drones na região da capital russa como “o maior da história”.
Além disso, destacou que a escolha do alvo é uma demonstração de que a Rússia não deve se preocupar apenas em defender suas refinarias — atacadas quase toda semana por drones ucranianos — e que também pode ser atingida na própria capital.
Kovalenko disse que a delegação ucraniana poderia propor nesta terça-feira aos representantes dos EUA a trégua aérea e marítima sugerida por Zelensky. A proposta pode ser transmitida a Putin pelo representante da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, um dos membros da delegação americana que participa do encontro com os ucranianos em Jedá.
Witkoff deve viajar para Moscou para se encontrar com Putin após a reunião na Arábia Saudita. Segundo Kovalenko, a maneira como o líder do Kremlin reagir à proposta, caso lhe seja apresentada, “testará” sua disposição de acabar com a guerra. O último balanço divulgado por autoridades da Rússia afirma que duas pessoas morreram durante os ataques e 18 ficaram feridas.
Fonte: Gazeta do Povo