Projetos inovadores de alunos de escolas públicas recebem homenagem

Confira a história de como estudantes que participaram do Respostas para o Amanhã, prêmio criado pela Samsung, desenvolveram uma nova forma para tratar água no interior de Goiás
A Samsung está comemorando seis anos do programa Respostas para o Amanhã no Brasil, uma iniciativa global da empresa e que conta com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec Educação) para estimular projetos focados em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Apresentado em 2014, o programa já atingiu mais de 161 mil alunos e 14,8 mil professores de 4,7 mil escolas públicas do País. A cada edição, estudantes do ensino médio da rede pública são desafiados a desenvolver soluções para problemas locais por meio da experimentação científica e tecnológica, sob orientação de professores das áreas de ciências e matemática.
Para homenagear e relembrar os principais projetos desenvolvidos por participantes do Respostas para o Amanhã, a empresa lançou episódios contando as histórias dos vencedores. A ação segue o posicionamento Do What You Can’t, que empodera as pessoas a realizarem o que elas acham impossível, mostrando a capacidade de cada um para superar qualquer barreira.
O primeiro projeto a ser premiado pelo programa, lá em 2015, foi orientado pela professora Ayanda Ferreira Nascimento Lima e realizado por seus alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Dom Veloso, em Itumbiara, Goiás. Segundo Lima, o início do projeto foi um desafio. “Eles eram uma turma difícil, desinteressada, mas eu me dispus a ficar com eles e acreditava em uma mudança, já que, para mim, a educação pode mudar vidas”, afirma a professora.

Cerca de um quarto dos mais de 100 mil habitantes de Itumbiara vive em área rural e não possui fácil acesso à água potável. Por isso, Lima e os estudantes se inscreveram no programa da Samsung e passaram a se interessar mais pelas aulas e por ciência a fim de venceram o concurso e acharem uma solução para o problema. “O prêmio foi uma loucura para todos nós”, relembra Lima.
Depois de pensarem muito em um projeto, eles decidiram criar um método de tratamento de água com o potencial antimicrobiano do extrato da semente da moringa oleifera (também conhecida como acácia-branca), algo que a família de uma das alunas já fazia. A ideia surgiu após uma aluna da classe ficar doente por conta da falta de saneamento básico. Eles, então, usaram o laboratório da escola para realizar as pesquisas e os testes, até descobrirem que o material, ao entrar em contato com a água em cisternas, comuns na região, liberava enzimas que “sugam” as impurezas, eliminando as bactérias presentes em água não tratada.
Vencedor entre os 342 projetos inscritos, o colégio foi equipado com 40 notebooks Samsung, enquanto os participantes receberam tablets e celulares. Hoje, o colégio é referência de ensino na região e muitos dos criadores do projeto foram para universidades federais. “Um estudante me disse ‘esse projeto mudou minha vida’ e a minha também. Hoje eu me sinto quase a Mulher-Maravilha. Acredito mais no meu potencial como professora”, disse Ayanda.
Para participar, a inscrição deve ser feita por professores de biologia, física, química e matemática ou outras disciplinas pertencentes às áreas das Ciências da Natureza e da Matemática e suas Tecnologias. Os profissionais devem lecionar no ensino médio, em escolas públicas das redes municipal, estadual ou federal. O professor que realizar a inscrição será o orientador do projeto. As inscrições de 2020 já se encerraram, mas vale a pena conferir as regras no site oficial (https://respostasparaoamanha.com.br/) do programa e se preparar para a edição de 2021.
Fonte: Revista Galileu