Meio ambiente

Ararinhas-azuis de volta ao Brasil

52 aves foram levadas para o recinto, em Curaçá, na Bahia

Bem a tempo para o Dia Mundial da Vida Selvagem deste ano, 52 ararinhas-azuis (49 oriundas da ACTP Alemanha e três do Zoológico Pairi Daiza na Bélgica) chegaram ao Brasil, onde serão preparadas para sua reintrodução e viverem novamente na natureza nos próximos meses.
Esta espécie de arara, considerada extinta na natureza há duas décadas, é conhecida em todo o mundo desde o filme “Rio”, do diretor brasileiro Carlos Saldanha. O filme conta as aventuras de Blue, uma ararinha-azul que volta ao País para dar continuidade à espécie.
A história contada no filme está prestes a virar realidade com a chegada das ararinhas-azuis no município baiano de Curaçá, onde a comunidade já conta os minutos para receber as mais novas moradoras. A reintrodução da Ararinha-azul faz parte de um projeto maior na Caatinga, no qual duas Unidades de Conservação federais foram estabelecidas em 2018 para garantir a proteção e promover a biodiversidade e o uso sustentável.
O projeto promoveu a educação ambiental entre 7,5 mil alunos que foram sensibilizados sobre a importância da conservação da ararinha-azul.
Estas aves foram vítimas de décadas de caça furtiva e a perda de seu habitat natural até a sua extinção na natureza, em 2000.
Inicialmente, a reprodução da ararinha-azul parecia impossível, pois apenas um número muito pequeno de aves havia sobrevivido e a diversidade genética era muito limitada. Foram testados e desenvolvidos vários métodos para aumentar a população em cativeiro.
Em 2012, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), juntamente com várias organizações parceiras, estabeleceu um Plano de Ação Nacional para aumentar a população cativa, proteger o habitat e promover a reintrodução da Ararinha-azul.
Em 2016, a organização alemã sem fins lucrativos, Association of Conservation Threatened Parrots (ACTP), lançou o “Projeto de Reintrodução da Ararinha-azul” em conjunto com o ICMBio e com o apoio da fundação belga Pairi Daiza.
Em 2018, a maioria das aves foi reunida na ACTP em Berlim. Sob a supervisão de uma equipe de especialistas, um número crítico de animais foi criado nos últimos anos. Felizmente, a tecnologia de criação em cativeiro desenvolvida pelos proprietários e o programa de inseminação artificial da Al Wabra Wildlife Preservation, do Catar, ajudaram a aumentar a pequena população de 53 aves em 2000 para até 180 papagaios saudáveis hoje. Destes, os primeiros animais devem agora ser reassentados em sua casa original.
Ontem, 3 de março de 2020, as aves e sua equipe de veterinários, criadores de animais, biólogos, membros do governo brasileiro e cinegrafistas embarcaram em uma aeronave fretada especialmente para Petrolina, no estado brasileiro de Pernambuco, para chegar em sua casa. O destino: um grande centro de criação e soltura perto de Curaçá, no estado da Bahia, que está localizado em uma área de 45 hectares dentro do Refúgio da Vida Silvestre da Ararinha-azul, na Caatinga. Aqui, os animais serão preparados para sua vida na natureza. Em 2021, o primeiro grupo de ararinhas-azuis finalmente deve voar pela Caatinga depois de 21 anos do desaparecimento do último exemplar visto na natureza.

SOBRE A ESPÉCIE

A ararinha-azul é uma ave rara da região da Caatinga no Brasil, descoberta há 200 anos pelo pesquisador alemão Johann Baptist von Spix. É um dos pássaros mais raros do mundo.
Seu bico redondo exclusivo e sua cor azul especial fizeram a ave ser cobiçada para caçadores e colecionadores em todo o mundo. A destruição de seu habitat natural por seres humanos e outros animais nas décadas de 1980 e 1990 levou a um declínio constante na população de ararinhas-azuis na natureza, até que o último exemplar desapareceu da natureza em 2000. No mesmo ano, a espécie foi oficialmente declarada extinta na natureza.

Fonte: ICMBio

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