Cientistas criam teste 100 vezes mais sensível para detectar Sars-CoV-2
Engenheiros da Universidade de Washington publicaram artigo na Nature sobre nanotecnologia mais rápida, precisa, sensível e implementável do que a usada atualmente
Pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis estão sendo financiados pelo governo federal norte-americano para produzir um novo tipo de teste rápido para Covid-19. Feito à base de uma nanossonda fluorescente ultrabrilhante, o produto foi chamado de fluor-plasmônico e tem o potencial de ser amplamente implementado.
Segundo Srikanth Singamaneni, professor de engenharia mecânica e ciência de materiais que lidera o projeto, este novo teste “será 100 vezes mais sensível em comparação com o método convencional de detecção de anticorpos Sars-CoV-2”. Isso pode facilitar o diagnóstico de casos positivos para Covid-19, além de diminuir o de falsos negativos.
Outra vantagem do novo teste é que ele pode ser utilizado em locais que contam com poucos recursos, pois a leitura de seus resultados requer menos instrumentos complexos. O artigo sobre a nova tecnologia foi publicado na segunda-feira (20), na renomada revista Nature Biomedical Engineering.
O fluor-plasmônico é composto de nanopartículas de ouro revestidas com corantes convencionais que são capazes de detectar quantidades extremamente pequenas de biomoléculas-alvo (no caso, de Sars-CoV-2) em fluidos. As nanopartículas de ouro servem como faróis. Fluorescentes, elas são usadas para que os médicos e cientistas consigam ver e seguir as biomoléculas-alvo com precisão.
Em geral, esse método pode levar a um grande desafio para os pesquisadores. “O problema da fluorescência é que, em muitos casos, não é suficientemente intensa”, explica Singamaneni em comunicado. Se o sinal fluorescente não for forte o bastante para destacar o que os especialistas estão procurando, informações importantes da amostra podem ser ignoradas. A solução para isso foram as nanopartículas de ouro, que absorvem e dispersam a luz com mais eficiência, ajudando a aumentar a emissão de fluorescência.
No momento, a tecnologia está sendo testada para aplicação na pandemia de Covid-19, mas os cientistas sugerem que, no futuro, ela possa ser usada para detectar precocemente outras doenças e condições, como ataques cardíacos. Além disso, os pesquisadores demonstraram que o fluor-plasmônico pode detectar várias proteínas simultaneamente, ajudando no diagnóstico de comorbidades.
Fonte: Galileu.com