Comportamento & Equilíbrio

Pesquisadores descobrem nova conexão entre o toque e o olhar

Em estudo, cientistas da Universidade de Nova York perceberam que movimentos oculares podem indicar nossa capacidade de prever informações, independentemente das sensações táteis

Um olhar diz tudo — às vezes, muito mais do que você imagina. De acordo com um novo estudo da Universidade de Nova York (NYU), nos Estados Unidos, pequenos movimentos oculares já podem antecipar algumas informações que, normalmente, obteríamos por meio do toque. A pesquisa foi publicada no último dia 3 de julho na revista científica Nature Communications.
“Essa conexão entre os olhos e o toque revela uma ligação surpreendente entre percepção, cognição e ação”, diz, em nota, Stephanie Badde, pesquisadora de pós-doutorado da NYU e primeira autora do estudo.
Para conduzir a investigação, os pesquisadores reuniram alguns voluntários e pediram que eles distinguissem dois tipos de vibrações produzidas por um dispositivo conectado ao dedo dos participantes: rápidas, de alta frequência; e lentas, de baixa frequência. Os estudiosos acompanharam o olhar das pessoas o tempo inteiro, rastreando até mesmo pequenos movimentos involuntários dos olhos, conhecidos como microssacadas, que ocorrem quando tentamos fixar nosso olhar em um ponto.
Nesta primeira etapa do estudo, os indivíduos foram instruídos a focar sua visão em um ponto fixo na tela de um computador. Eles foram instruídos de que cada batidinha do dispositivo do dedo significava que uma próxima vibração estaria por vir. O que os participantes não sabiam é que o intervalo de tempo entre esse aviso e a vibração tátil era a parte principal da pesquisa.
Esses intervalos permitiram que alguns participantes previssem com mais precisão quando a vibração ocorreria. Quando eles tinham essas informações, os pesquisadores perceberam apenas uma diminuição na frequência das microssacadas pouco antes do estímulo de vibração. Outra constatação é que a capacidade de distinguir vibrações rápidas e lentas foi aprimorada pela supressão de microssacadas.
“O fato de que pequenos movimentos oculares podem prejudicar nossa habilidade de discriminar estímulos táteis, e que a supressão desses movimentos antes de um estímulo tátil antecipado pode aprimorar essa mesma habilidade, pode significar que áreas comuns do cérebro, bem como recursos neurais e cognitivos, atuam nos movimentos dos olhos e no processamento de estímulos táteis”, explica Marisa Carrasco, professora de psicologia e ciências neurais da NYU, que também assina o estudo.

Fonte: Revista Galileu

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