Ciência Meio ambiente

Pesquisadores encontram novo santuário de árvores gigantes no sul do Amapá

Os cientistas chegaram à maior árvore do novo santuário, um angelim-vermelho, de 79,19 metros de altura

Um grupo de pesquisadores amapaenses localizou um novo santuário de árvores que chegam a quase 80 metros de altura. A expedição que encontrou as árvores “gigantes” partiu no último dia 18 da cidade de Laranjal do Jari, no sul do Amapá, e teve a duração de uma semana.
Percorrendo 130 quilômetros pelo rio Jari, e mais quatro quilômetros de caminhada por terrenos montanhosos e áreas de densa floresta, os pesquisadores descobriram uma Bertholletia excelsa, mais conhecida como castanheira, que mede de 66,66 metros — a maior já registrada na Amazônia até então.
Além dessa descoberta, os cientistas, com auxílio de moradores da comunidade de São Francisco do Iratapuru, chegaram à maior árvore do novo santuário, uma Dinizia excelsa ducke, ou angelim-vermelho, de 79,19 metros de altura, com 6,8 metros de diâmetro. Para se ter uma ideia, a média de altura das árvores amazônicas varia de 40 a 50 metros.
O coordenador do projeto Monitoramento Integrado das Árvores Gigantes, Diego Armando, que é pesquisador do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), explica como ocorreu a descoberta.

“O nosso projeto foi aprovado no Fundo Iratapuru e surgiu como um desdobramento da Expedição Jari-Paru, ocorrida em 2019. Há alguns anos um monitoramento da biomassa na Amazônia descobriu algumas áreas com as árvores gigantes. Em 2019, chegamos ao primeiro santuário e agora, em 2021, conseguimos localizar este segundo, aqui no Amapá”, explica o pesquisador.

A primeira expedição, coordenada pelo professor Eric Bastos Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), localizou a maior árvore da Amazônia, um angelim-vermelho de 88 metros. Na ocasião, participaram pesquisadores de instituições brasileiras, britânicas e finlandesas.
Este novo santuário está localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, no sul do Estado. A altura foi confirmada através de escalada, e com a utilização de um drone específico que dá mensurações e identifica a biomassa das árvores.
No entorno das árvores encontradas foram realizados inventários florestais, como explica o pesquisador da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Robson Borges.

(Foto: Rafael Aleixo/Divulgação)

“A partir das informações obtidas no local, poderemos elaborar projetos de monitoramento de manejo florestal e comunitário, conservação e preservação. Isso é fundamental para manter preservada essa região que possui uma rica biodiversidade”, conta o pesquisador.

Além dos estudos na região, o projeto também realizou capacitações para a comunidade de São Francisco do Iratapuru. O objetivo foi capacitar os moradores para o uso sustentável dos recursos naturais em atividades econômicas desenvolvidas na região, aprimorando práticas como o extrativismo, o turismo ecológico e o cooperativismo.
A região é rica na produção da castanha do Brasil, como explica Márcio André, morador da comunidade e técnico extensionista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap).

“O extrativismo é a principal fonte de renda dos moradores dessa região. Por ano são produzidos cerca de 16 mil hectolitros do produto. O projeto veio contribuir muito com a nossa comunidade e, a partir disso, nos ajudar a manter toda essa área preservada”, falou o morador e técnico.

Fonte: Portal Amazônia

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