Economia

Famílias capixabas são obrigadas a cortar gastos para sobreviver na pandemia

Com o aumento do preço do gás de cozinha e de alimentos essenciais, uma das alternativas é a substituição dos alimentos mais caros para um mais barato, e a redução do preparo de refeições, como forma de economizar o gás

Texto: Felipe Bretas

Famílias capixabas estão sofrendo diariamente com o aumento do preço dos alimentos essenciais e do gás de cozinha. Durante os últimos doze meses de pandemia os alimentos tiveram reajuste de 15%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2021.
A dona Luzia Gomes da Silva, 51, moradora do bairro Jardim Camburi, tem quatro filhos e uma neta, que trabalha vendendo comida e doces, produzidos em sua própria casa, conta que sente na pele ao efeitos do aumento dos preços.
“Nós tivemos que cortar gastos dentro de casa para sobreviver, estamos comprando só o básico e o necessário para comer e, como forma de economizar o gás, reduzimos o número de preparo de refeições no dia a dia”, contou.
“Tia luzia”, forma como é conhecida no bairro onde mora há mais de vinte anos, diz ainda que precisou parar de vender algumas comidas por conta do alto preço do gás e dos produtos no mercado. “Devido à pandemia, as vendas diminuíram bastante, o preço do gás aumentou, dos produtos, por conta disso precisei parar de fazer algumas comidas e aumentar o preço das que ainda consigo vender”, desabafou.
Dona luzia espera vender mais doces no final de semana de Páscoa, período em que as vendas de chocolate e doces crescem em todo o País. Quem tiver interesse em comprar doces e salgados para ajudar dona Luzia, pode encontrá-la através de suas redes sociais com o nome @docesgomes_tl.

Mesmo quem não sobrevive com a venda de comida encontra dificuldade na hora de realizar a compra do mês no supermercado. Maria Aparecida, 54, mãe solo, servidora pública, diz que se surpreendeu com o preço dos produtos, principalmente do gás de cozinha.
“O preço do gás está absurdo, só aumenta. Antes conseguia comprar a R$ 70. Fui obrigada a reduzir a quantidade de produtos na hora de fazer as compras de casa, o óleo, que antes custava R$ 3,45, agora encontrei por R$ 7,50”, reclamou.
Entre os grupos de alimentos pesquisados pelo IBGE, as maiores altas ocorrem em cerais, leguminosas, oleoginosas, carnes, raízes e tubérculos. A alta é explicada pelo mercado através do aumento da demanda internacional e desvalorização do real frente a moedas como euro e dólar, atrelados também ao grande consumo da população brasileira que, por conta da pandemia, tem se alimentado mais em casa, o que contribui para o aumento, inclusive do uso do gás de cozinha.

Felipe Bretas

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