Turismo

Chipre inaugura museu subaquático que busca preservar vida marinha

Esculturas do artista Jason deCaires Taylor formam uma floresta submersa projetada para atrair animais e incentivar a conservação de espécies do Mar Mediterrâneo

No fundo do Mar Mediterrâneo, na região da praia de Pernera, em Chipre, estão localizadas as 93 obras de arte que integram o Museu da Escultura Subaquática Ayia Napa (Musan). Distribuídas ao longo de 170 metros, as criações podem ser apreciadas em visitas com duração de uma hora realizadas por scuba diving, para aqueles que têm o certificado de mergulhador, ou snorkeling, no caso dos espectadores menos experientes.
A exposição é fruto de uma parceria entre o município de Ayia Napa, o Departamento de Pescaria e Pesquisa Marinha e o Ministério do Turismo de Chipre, e ocupa uma área afetada pela sobrepesca e pela degradação do habitat. Por isso, as instalações artísticas foram pensadas para permitir o crescimento de corais, atrair peixes e, futuramente, servir como lar para os animais.
A autoria das obras é do artista britânico Jason deCaires Taylor, que já trabalhou com museus subaquáticos no México, nas Bahamas e na França. Desta vez, em Chipre, ele fez grandes esculturas de pessoas e plantas a partir de materiais com pH neutro que não impactam negativamente o meio ambiente.
“Elas foram projetadas para deixar que o crescimento natural aconteça no substrato”, explicou Taylor, em entrevista à CNN Internacional. “Logo após cinco ou seis dias, consegui ver uma fina camada de algas na cabeça das esculturas, que já estavam cheias de peixes jovens”.

Chipre inaugura museu no fundo do mar (Foto: Reprodução/Musan)

Ao criar uma floresta subaquática aberta para visitação, o objetivo do Musan é transformar a maneira como nos relacionamos com o ambiente marinho. “Apenas por chamarmos esse espaço de museu já estamos alterando nossos valores, criando um espaço onde devemos conservar as coisas e utilizar os objetos para educar os indivíduos”, disse Taylor, em vídeo publicado pelo Departamento de Pescaria e Pesquisa Marinha.
Entre as 93 obras da exposição, destacam-se estátuas de crianças com câmeras (que podem ser vistas no vídeo abaixo). Segundo o artista britânico, a ideia é inspirar as pessoas a enxergarem a realidade preocupante na qual o planeta se encontra devido às mudanças climáticas impulsionadas por ações humanas, além de simbolizar a informação que podemos utilizar como ferramenta para mudar nossas atitudes.
O investimento para viabilizar o projeto foi de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,3 milhões). Para o prefeito Christos Zannettou, trata-se de um importante legado da cidade e um tesouro nacional. “O museu contém muitos simbolismos sobre a alienação dos humanos perante o meio ambiente, a relação entre diferentes gerações e as mudanças climáticas”, declarou em 31 de julho, durante o evento de abertura.
Também na inauguração, Marina Argyrou, do Departamento de Pescaria e Pesquisa Marinha, afirmou que as esculturas irão abrigar contribuir para o desenvolvimento da biodiversidade da região. “O museu subaquático será uma experiência visual e ecológica. Tenho certeza de que isso irá aproximar as pessoas do ambiente marinho, da conservação e da proteção desse ecossistema”, comentou.

Confira abaixo um vídeo do Musan:

Fonte: Revista Galileu

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