Ciência

Empresa levanta quase R$ 80 milhões para ‘ressuscitar mamutes’

A empresa de biociência e genética Colossal levantou US$ 15 milhões (R$ 78,2 milhões) para pesquisas em edição de genes. Um dos objetivos dos experimentos é de recriar os mamutes, que foram extintos há mais de dez mil anos, e reinseri-los na vida selvagem da tundra ártica.
A ideia de recriar mamutes não é exatamente nova, mas nunca foi levada muito a sério, porém, o financiamento milionário da Colossal pode levar esse processo para outro patamar. Entre os fundadores da empresa está George Church, que é pioneiro em novas abordagens de edição de genes.

Como seria feito?
Inicialmente, os cientistas esperam criar um híbrido de elefante e mamute, para isso, eles pretendem fazer embriões em laboratório que carreguem o DNA de mamute. A primeira parte do projeto consiste em coletar células de pele de elefantes asiáticos e reprogramá-las com genes de mamutes.
Os genes que serão adicionados são os que faziam com que os mamutes tivessem a pelagem grossa, camadas de gordura isolantes, e outras características que permitiam que esses paquidermes vivessem em temperaturas baixíssimas.

O projeto prevê que células de elefantes asiáticos sejam editadas com genes de mamutes (Foto: Wikimedia Commons)

Em seguida, esses embriões serão inseminados em uma fêmea ou em um útero artificial. Se tudo correr bem, a expectativa é que os primeiros filhotes nasçam dentro de seis anos. Espera-se que os animais sejam elefantes, mas com resistência ao frio, aparência e comportamento de mamutes.
De acordo com Church, essa é a única forma de que os animais sejam plenamente funcionais e consigam sobreviver em temperaturas que podem chegar a -40°C. Além disso, o pesquisador acredita que os híbridos viverão como uma espécie de meio-termo entre os elefantes atuais e os mamutes.

Projeto de conservação
Segundo os pesquisadores, o projeto é um esforço para ajudar na conservação dos elefantes asiáticos, dando a eles características que permitam que a espécie prospere em campos vastos, que são conhecidos como estepes dos mamutes.
Além disso, os cientistas acreditam que a introdução dos híbridos na tundra ártica pode ajudar a restaurar o habitat degradado e combater alguns dos impactos das mudanças climáticas. Porém, introduzir um “velho animal novo” não é encarado como a melhor opção por todos os cientistas.
Segundo a bióloga evolucionista do Museu de História Natural de Londres Victoria Herridge, a ideia não é plausível. Segundo a pesquisadora, seriam necessárias centenas de milhares de mamutes, sendo que a gestação de cada um deles leva 22 meses e a chegada à maturidade, leva pelo menos 30 anos.

Fonte: Olhar Digital

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