Educação

Escolas ensinam alunos a se protegerem de tiroteios em zonas pobres da Venezuela

Protocolos similares existem em países com altos índices de violência como Brasil e México

O som de uma explosão ecoa na escola e os alunos se jogam no chão, protegendo suas cabeças com os braços: é o protocolo a ser seguido em caso de tiroteio em uma das favelas mais violentas da Venezuela. Três jovens sacodem sem parar um placa de alumínio para simular disparos durante um treinamento de rotina.

Do ensino fundamental ao médio, os alunos reagem rápido. Alguns, nas salas, outros nos corredores e pátio da Escola Manuel Aguirre, no gigantesco complexo de favelas de Petare, em Caracas, fortemente atingido pelo crime e narcotráfico. Há poucos dias, tiroteios entre gangues obrigaram a suspender temporariamente as aulas.

O treinamento dura cerca de 20 minutos e a simulação de tiros é ouvida o tempo todo. Os alunos mais novos estavam na aula de educação física. Uma vez no chão, avançavam abaixados até um “espaço seguro” demarcado na parede.
Uma campainha toca três vezes para encerrar o protocolo, que será repetido em dois meses. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) conduziu a formação desta e outras escolas da Fé e Alegria, organização educativa religiosa que atende a setores populares.

Assim como ensinamos a ler e escrever, temos que dar ferramentas às crianças para que possam se defender e aplicá-las em casa”, explica à AFP Yanet Maraima, diretora da Manuel Aguirre, com 900 alunos.

A escola fica no setor 24 de março da La Bombilla, entre um acumulado de casas de tijolos expostos e tetos de zinco que invadem a montanha, conectadas por vielas e escadarias. A violência é tão frequente que crianças identificam com facilidade um tiro de pistola e de fuzil e também a distância do tiroteio.

Fonte: MSN Notícias

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