Comportamento & Equilíbrio

Ansiedade infantil: como identificar e controlar

Por Júlia Moraes

Os distúrbios de saúde mental nas crianças são mais comuns do que as pessoas imaginam, especialmente a ansiedade. Segundo o Jornal de Pediatria, cerca de 10% das crianças sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade infantil. Geralmente, a criança costuma ter os sintomas após algum evento estressante. Como por exemplo a separação dos pais, mudança de casa ou escola e morte de entes queridos.

Como elas tem dificuldade em interpretar e entender os sentimentos, podem ser mal compreendidas ao tentar expressar suas emoções e sentimentos. Mas isso causa sofrimento emocional que ocasiona em ansiedade, além da questão de tempo que para as crianças é desenvolvida gradualmente”, explica Dra. Lizandra Arita, psicóloga clínica e institucional da Clínica Mantelli.

Além disso, quem tem entre sete e 12 anos pode apresentar medo de interações sociais, como por exemplo interagir com os colegas de classe e professores todos os dias. No entanto, o medo demasiado pode significar a existência de algum transtorno ansioso ou até mesmo bullying.
Para identificar os sinais do transtorno de ansiedade infantil, os pais devem estar sempre atentos ao comportamento e aos sinais que os filhos estão apresentando. Isso porque, na maioria dos casos, as crianças têm dificuldades em expressar seus sentimentos. Afinal, nem elas próprias entendem o que significa a ansiedade. Portanto, fique atento se o seu filho apresentar os seguinte sintomas:

• Estar mais irritado e choroso que o normal;
• Ter dificuldade para pegar no sono;
• Mudança nos hábitos alimentares (comer muito ou menos que o habitual);
• Perda de vontade de fazer atividades e brincadeiras as quais gostava;
Insônia (acordar mais vezes que o normal durante a noite);
• Ter pesadelos frequentes.

Diferenças entre ansiedade em adultos e em crianças
Apesar de ser o mesmo transtorno, a ansiedade em adultos e em crianças se apresenta de formas diferentes. De acordo com a Dra. Lizandra, a maior diferença é a percepção dos sintomas.

Os adultos sabem que tem algo errado, pois tanto psicologicamente quanto fisicamente ele já consegue ter a percepção de alteração e conseguem verbalizar que algo está errado”, explica.

Por outro lado, a criança, principalmente se for mais nova, terá dificuldades para verbalizar e expressar o que está sentindo. “Isso fará com que ela demonstre de maneiras que podem ser confundidas até como birra ou mal criação. Além disso, muitas vezes o desempenho escolar cai, ela tem choros ininterruptos e sem motivo aparente, age de maneira agressiva, se recusa a conversar ou socializar, entre outros comportamentos dependendo da idade”, ressalta a psicóloga.

A boa notícia é que a ansiedade infantil pode ser controlada por meio da psicoterapia, em que o terapeuta irá entender quais são os estressores que causaram este distúrbio. Em casos mais graves, é indicado o uso de medicamentos por um psiquiatra. Mas no dia a dia, a ansiedade pode ser controlada com algumas dicas:

• Mostre que estará sempre ali para ajudá-las: Em momentos de dificuldade, demonstre o seu apoio e as formas como pode ajudar a criança a superar os seus desafios.
• Distração: Tente distraí-las por meio de conversas e questionamentos sobre como foi o dia e qual brincadeira gostaria de fazer;
• Faça ela ter hábitos saudáveis: Como exercícios físicos, uma dieta balanceada e a prática da meditação por meio do controle da respiração;
• Permanecer com a criança durante a crise: A criança talvez não entenda o que está acontecendo, por isso é fundamental estar ao lado e fornecer apoio.

O acompanhamento com os pais e responsáveis da criança é indispensável para o tratamento, já que na idade da infância é seu ambiente familiar e escolar tem predominância no desenvolvimento emocional”, finaliza Dra. Lizandra.

Fonte: Vitat

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