Comportamento & Equilíbrio

Pensamentos intrusivos podem ter relação com nosso sono

Falta de sono interfere no funcionamento do cérebro, dificultando controle de pensamentos intrusivos, revela estudo

Por Leandro Costa Criscuolo

Um estudo recente, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, revelou que a privação do sono pode prejudicar a capacidade do cérebro de suprimir memórias indesejadas e pensamentos intrusivos.
Pesquisadores da Universidade de York (Canadá), em colaboração com a Universidade de East Anglia (Reino Unido), descobriram que a falta de sono interfere na função do córtex pré-frontal, dificultando a inibição de memórias que, normalmente, seriam suprimidas.
O Dr. Scott Cairney, da Universidade de York, explicou que a supressão de memórias indesejadas é uma função inteligente do cérebro, que enfraquece a conexão entre as lembranças e impede que a experiência completa seja relembrada.

Para investigar isso, os cientistas realizaram pesquisa com 85 adultos saudáveis, metade dos quais teve uma boa noite de sono, enquanto a outra metade ficou acordada. Durante o experimento, os participantes foram solicitados a lembrar ou suprimir memórias associadas a rostos e cenas emocionalmente negativas.

Os resultados mostraram que os participantes que haviam descansado ativamente o córtex pré-frontal reduziram a atividade no hipocampo ao tentar suprimir memórias, enquanto os privados de sono tiveram dificuldade em realizar esse processo. Além disso, os que tiveram mais sono REM (Rapid Eye Movement, fase na qual sonhamos) foram mais eficazes em ativar o córtex pré-frontal, sugerindo que essa fase do sono é crucial para restaurar os mecanismos cerebrais que ajudam a controlar memórias indesejadas.

O Dr. Cairney ressaltou a importância desse estudo para a compreensão de distúrbios mentais, como ansiedade, depressão e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), pois essas condições estão frequentemente associadas à dificuldade de sono e ao aumento de pensamentos negativos.
O estudo sugere que melhorar o sono poderia ajudar a restaurar essas funções cerebrais, oferecendo novas perspectivas para tratamentos e terapias comportamentais.

Fonte: Olhar Digital

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