Grão-de-bico

E o comércio
Como sempre
Fervilhava logo
Cedo pelas ruas
Cheias da pacata
Cidade com
Nome de Santa
Remexia como
Grão-de-bico na
Panela quente
E sem tampa
Do lugarejo
Pessoas iam
E vinham se
Acotovelando nas
Baias, cheias de
Sacolas penduradas
Pelos braços
Compravam tudo,
O que podiam e o
Que não podiam,
Desfilando impunes
Entre o supérfluo
E o necessário
E numa dança louca,
Frenética e curiosa
Conversavam e riam
Pelo simples prazer
Da compra
Inúmeras almas
Alheias e complexas
Que buscavam
Distrair-se de suas
Inquietações diversas
E eu ali parado,
Inerte e extasiado,
Admirando tantos
Produtos variados
Cujos quais nem
Precisava tanto









