A tua ausênciaMuito me custaE muito me irrita,A tua faltaMe agasta muito,Ela me captura,Me tortura e meEnfada E eu até que tentoA todo custoDemover-te dosMeus pensamentos,Mas é em vão eEu desisto É que os teus sinaisEstão espalhadosPela casa e o teuCheiro impregnadoNos lençóis Os teus
Ah, como é bomMorar na serra,Poder abrir umaJanela e sentir oFrescor da brisaGelada invadir oQuarto que neleMe encerra Oh, quão bomE quão suave éViver no alto, bemLonge do barulhoE da agitação daCidade grande Como é bomViver no cimo,Andar no sopéDos morros ePassear pelosDesfiladeirosDas montanhas Contemplar comCalma a naturezaE o verde das matas,Beber água limpa,Ouvir o
Cheio de esperanças,Mudo de novo eOutono-me maisUma vez, busco oEquilíbrio e fincoMais fundo as raízesDe minhas ancestralidades Como folhas queCaem no embaloDo vento, troco deIdeias e pensamentos,Dando lugar a novosBrotos mentais Balanço o trocoE livro-me das velhasCascas dos preconceitos,Das crenças limitantesE da ignorância mundana Desnudo-me dos ramosDa insensatez e dos
Ele não pode serMedido ou pesado,Descrito, totalmenteDefinido ou delimitado Ele está acimaDe qualquer medida,Critério ou explicaçãoHumana Ele não pode serTestado ou provado,Ele não está emNenhuma fórmulaOu equação científicaConhecida Ele está acima deTodas as cogitaçõesFilosóficas, teoriasOu doutrinas religiosas,Ele é, por assim dizer,Impalpável e imponderável Ele
Eu sei que sou umSujeito baixo e meioTosco, esquisito eMeio sem jeito, cheioDe manias, delírios eEsquisitices de todaOrdem Eu gosto de ficarSó, de ler, estudar, euSou meio excêntrico eGosto de escutar músicaAntiga e ouvir pessoasQue já morreram o diaInteiro, o tempo todo Eu falo sozinho e rooAs unhas, eu não gostoDe shoppings e nem deBalada, […]
Ei-la, aí está a gênese,A origem das coisas,Onde tudo começou Esta fotografia retrata,Uma das nossas primeirasMoradias num dos morrosDa nossa querida capital Hoje quando fito esta imagem,Me pego parado, calado,Meditativo, olhando paraO nada, imerso no vazioDe minha alma E quando faloPara os meus filhosOu para alguns amigosQue sou um “milionário”,Eles não entendem e,Até se
Ela não queria um amorDe novela, de cinema ouQualquer outro roteiro Ela só queria um amorDe verdade, não virtualOu imaginário, mas umAmor de corpo e alma,Pijama e travesseiro Ela não queria um amorLiterato, de poemas ouDe romances, de livrosOu de teatro Não carecia que fosseO amor de Romeu, deUlisses ou de Paris, nemMesmo de Arthur, […]
Num pedaço de papelAmarrotado escrevi deImproviso breve versoApaixonado Neste pequeno espaçoDe caderno amareladoTentei registrar sem sucessoO meu recado amargurado Mesmo assim, neste restoDe papiro amassado imprimi,Meio sem jeito e resumido, umPouco do meu enorme bem querer Após inúmeras tentativasFracassadas me quedei paralisadoDiante da dura realidade e deTamanha
Precisamos, urgentemente,Extrair nossas farpasAparar nossas arestasPolir nossas pontasEsquadrinhar nossas quinas Precisamos, encarecidamente,Talhar nossa pedra brutaAparar nossas garras afiadasCerrar nossas pressas sedentasDiminuir nossas alfinetadas Precisamos, decididamente,Formosear nossa esfinge,Cortar nossas unhas longas,Encurtar nossos tentáculos, Precisamos,
Eu vaguei pelasRuas de lamparinaNa mão, algunsMe chamavamDe cínico, outrosMe taxavam deCão Muitos me tinhamComo louco, vadioOu mendigo, masEu morei num barrilPor opção, pois fizDa extrema pobrezaMinha maior virtude Eu condenei todoO tipo de luxúria, aHipocrisia humana,As instituições e asConvenções sociais, Os homens contamAnedotas sobre mim,Mas fui o único queCaçoou de
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