Arte rupestre em Madagascar sugere relações com antigo Egito e Ásia
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Retratando figuras semelhantes a humanos, animais e seres antropomorfizados, arte rupestre encontrada em Madagascar pode reescrever história
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Recentemente, arqueólogos descobriram na Caverna Andriamamelo, no oeste de Madagascar, um conjunto de antigos desenhos rupestres únicos, que retratavam imagens da natureza e outras figuras semelhantes a humanos e animais. Porém, o que mais surpreende no achado é o fato de ele poder sugerir algumas conexões culturais bastante distintas.
Isso porque, de acordo com David Burney, paleoecologista e biólogo envolvido no estudo, em artigo no Live Science, foram identificadas cenas diretamente relacionadas motivos religiosos egípcios do período ptolomaico (305 a.C. — 30 a.C.); símbolos e escritos relacionados aos mundos etíope e afro-árabe; e um estilo de arte rupestre relativos à ilha de Bornéu, na Ásia. Tudo isso em artes de cerca de dois mil anos de idade.
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Além do mais, também chamam atenção as representações de pelo menos três animais considerados extintos há muitos séculos: um lêmure-preguiça-gigante, pássaros elefantes e uma tartaruga-gigante. Segundo o artigo, há muito tempo já se acredita que o povo, a língua e a cultura de Madagascar possuam raízes em Bornéu, com fortes influências da África Oriental continental. Porém, ainda não se sabe exatamente quem foram os primeiros povos a chegarem em Madagascar, nem quando chegaram ou o que fizeram. Por isso, os achados da Caverna Andriamamelo são relevantes para a reconstrução da história inicial malgaxe.
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Conforme relatado por Burney, o local onde a descoberta recente foi feita foi visitado pela primeira vez em 2013, quando ocorreram capturas de imagens e o mapeamento da caverna. Porém, só mais recentemente, após anos de aprofundamento em pesquisa, a singularidade e o significado do que fora encontrado pôde ser compreendido.
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Ao todo, foram encontrados 72 objetos de arte rupestres, nos quais estavam 16 animais, seis formas humanas, duas formas híbridas humano-animal, dois desenhos geométricos, 16 exemplos de um símbolo em forma de M, além de outros padrões e formas indistintas. As conexões egípcias, por sua vez, são sugeridas em oito imagens: um falcão (referente ao deus Hórus), um deus com cabeça de pássaro (Thoth), uma deusa-avestruz (Ma`at) e outras duas figuras de animais antropomorfizados com cabeças caninas, possivelmente do deus Anúbis. Já os vários símbolos em M se relacionam ao antigo alfabeto amárico etíope — e também já foram encontrados em artes rupestres de Bornéu.
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Fonte: Aventuras na História