Saúde

Cientistas encontram enzima responsável por deixar o xixi amarelo

Além da cor do xixi, a descoberta da enzima também pode explicar o mecanismo de outras doenças, como a icterícia

Por Bárbara Giovani

Quando uma pessoa não bebe a quantidade necessária de água por dia, seu xixi fica mais concentrado — o que também significa que ele fica mais amarelo. Mas por quê? Agora, um novo estudo descobriu uma enzima responsável por essa coloração: a bilirrubina redutase. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature Microbiology
De modo geral, os glóbulos vermelhos presentes no sangue têm uma vida útil de aproximadamente seis meses. Depois desse período, eles se degradam e seus resquícios são absorvidos ou transformados pelo organismo. A bilirrubina é um dos subprodutos dessa degradação dos glóbulos vermelhos. Geralmente, é secretada no intestino e então vai para a excreção, pelas fezes ou pelo xixi. No entanto, parte também pode ser reabsorvida.
Uma vez no intestino, as bactérias da microbiota pode, converter a bilirrubina em outras moléculas. Por exemplo, a enzima bilirrubina redutase. Ela transforma a bilirrubina normal em um subproduto sem cor, chamado urobilinogênio.

O urobilinogênio então se degrada espontaneamente em uma molécula chamada urobilina, que é responsável pela cor amarela com a qual todos estamos familiarizados”, afirma Brantley Hall, autor do estudo, em comunicado.

Em geral, a urobilina já é conhecida. Isso porque estudos anteriores relacionaram a substância à cor amarela do xixi há algum tempo. Mas, até agora, não se sabia o mecanismo que coloria a urina. Dessa forma, a descoberta da enzima responsável responde a uma pergunta que escapou aos cientistas por mais de um século. Quando o organismo reabsorve a bilirrubina de maneira excessiva, ela pode ficar acumulada no sangue e causar icterícia, que é uma condição que leva ao amarelamento da pele e dos olhos.

Além disso, com a descoberta da enzima bilirrubina redutase, os pesquisadores também identificaram que ela está presente em quase todos os adultos saudáveis. No entanto, frequentemente está ausente em recém-nascidos e indivíduos com doença inflamatória do intestino. Assim, o novo estudo abre portas para o entendimento de como a microbiota intestinal exerce um papel importante nessas doenças.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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