Bem-estar Educação

Você já ouviu falar em Neurofeedback?

Por Léia Flauzina

Neurofeedback é um tratamento que tem como principal objetivo melhorar o funcionamento cerebral por meio da neuromodulação autorregulatória. Esse tratamento não é medicamentoso e não invasivo e o paciente não entra em contato com nenhum tipo de irradiação, tornando a técnica segura e confiável. Seu objetivo é estimular as habilidades naturais do cérebro, regulando e desenvolvendo suas potencialidades, corrigindo suas disfuncionalidades, e favorecendo um melhor desempenho cognitivo e comportamental. O neurofeedback é uma crescente prática desenvolvida pela ciência através da neurociência.

Como é realizado o Neurofeedback?
Se inicia com uma entrevista com o paciente onde ele relata suas queixas, após é gerado um mapeamento das áreas especificas do cérebro do paciente coletando dados dos padrões de funcionamento, através da técnica de eletroencefalografia com sensores que captam sinais provenientes das ondas cerebrais através do couro cabeludo, os principais ritmos observados no córtex são delta (0,1-3 Hz), teta (4–8 Hz), alfa (9 a 12 Hz), beta (∼14–38 Hz) e gama (>40Hz). Com atividades realizadas com olhos fechados, abertos e no momento em que executam tarefas de foco, atenção, cálculo, leitura e identificação de padrões.

Quando essas ondas se apresentam disfuncionais trazem algum tipo de transtorno na vida diária do paciente. A neuromodulação permite que o paciente trabalhe diretamente no problema, reduzindo os padrões das ondas demasiadamente rápidas e ondas demasiadamente lentas ou seja permitindo melhorar os padrões cerebrais tornando-os mais eficientes em sua funcionalidade. Com isso, é elaborado um treino personalizado para o paciente de 30 a 40 sessões. A partir de então, o paciente vai aprendendo, por erros e tentativas, a levar o cérebro a uma transformação.

Ao longo dos treinos o cérebro é desafiado e estimulado a melhorar seu desempenho e, com isso, os avanços começam a ocorrer no dia a dia da pessoa. O neurofeedback ajuda o paciente a assumir o autocontrole, sendo, portanto, uma alternativa para pessoas que não respondem aos tratamentos convencionais ou que não toleram os efeitos colaterais das medicações. Para tais casos, esta técnica apresenta inúmeros pontos positivos quando comparada com outras formas de tratamento.

Em casos do Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH), por exemplo, a neurobiologia consiste em lentidão nas áreas pré-frontais do cérebro, região responsável pelo comportamento, emoções e pensamentos. Assim, o neurofeedback é uma das maneiras de treinar o cérebro do paciente para se desenvolver de forma mais eficaz.

Cérebro pode ser mudado?
Nosso cérebro é dotado de neuroplasticidade, ou seja, está sempre pronto a aprender coisas novas e adquirir novos hábitos, além de enfraquecer os antigos. O treinamento de Neurofeedback monitora os padrões de ondas cerebrais para identificar irregularidades e visa ajudar a otimizar a saúde e o bem-estar do cérebro. Isso significa dizer que o cérebro é flexível e mutável. O neurofeedback é uma ferramenta que permite mudar nosso cérebro por meio de treinamento. Parece mágica, mas é neurociência em ação.

Indicações de Neurofeedback:
• Transtorno do déficit de atenção (TDA e TDAH);
• Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT);
• Ansiedade;
• Depressão;
• Dificuldades de concentração;
• Dificuldades de memória;
• Distúrbios de aprendizagem;
• Enxaqueca;
• Estresse;
• Fibromialgia;
• Hiperatividade;
• Insônia;
• Síndrome do pânico;
• Transtornos alimentares;
• Otimização da performance mental;

Neurofeedback hoje é uma alternativa de tratamento para quem tem dificuldade ou transtornos de aprendizagem. A Técnica permite treinar diretamente o cérebro, melhorando capacidade de concentração, atenção, memória e, por consequência, a autoconfiança. Numa sala de aula normal da educação básica é possível encontrar alunos que aprendem qualquer assunto de forma bem rápida e outros que não conseguem acompanhar o ritmo dos colegas. Através do condicionamento operante, ocorre o processo de aprendizagem, que tem uma consequência direta no comportamento do indivíduo ajudar seu aluno a desenvolver suas capacidades máximas.

Em 2013, a Associação Americana de Pediatria passou a recomendar o Neurofeedback como primeira alternativa aos pacientes com Déficit de Atenção. Pacientes que experimentaram a técnica sente as vantagens da neuromodulação ainda pouca conhecida no Brasil.
Em abril será o lançamento do livro falando sobre a neuromodulação não invasiva onde sou coautora com outros grandes profissionais da saúde e educação.

Léia Flauzina
Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga, Especialista em Autismo, Neurociência, Aprendizagem e Mestre em Educação, Escritora, Palestrante e Neuroterapeuta

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