Bem-estar Esportes

Skate beneficia a saúde mental de mulheres, diz estudo

A liberdade, a diversão e o foco proporcionados pelo skate são alguns dos benefícios diretos

Por Marcia Sousa

A consagração da skatista brasileira Rayssa Leal, como a mais jovem medalhista olímpica brasileira, ganhou ainda mais importância pelo fato de que foi a primeira vez que o skate foi incluído nas Olimpíadas. Desde então, a popularidade do esporte aumentou. Para além do hype, a onda de interesse é motivada pelo fato de que o skate é uma ótima forma de exercício, que fortalece músculos, melhora a resistência e queima calorias. Um recente estudo aponta ainda um benefício extra para o público feminino: o skate beneficia a saúde mental de mulheres jovens.
Por meio de entrevistas e grupos focais, jovens entre oito e 27 anos foram questionados sobre como o skate impacta sua saúde mental e bem-estar. As discussões abordaram temas como liberdade, diversão, foco, fluxo, benefícios diretos para a saúde mental, conexão social, autocompaixão corporal e saúde física.

Os entrevistados relataram a diversão e a euforia proporcionadas pelo esporte, especialmente em relação à descarga de adrenalina e à sensação de liberdade que experimentam ao se sentirem confiantes sobre a prancha. Além da excitação, os jovens mencionaram a importância do foco e da sensação de fluxo, onde a concentração necessária para andar de skate lhes proporciona bem-estar e tranquilidade. Essa imersão no momento presente também serve como uma fuga de dificuldades pessoais. O profundo estado de concentração foi ligado ainda à autocompaixão e à confiança em seus corpos, permitindo que os skatistas agissem de forma intuitiva, sem se preocuparem com limitações ou falhas.

Várias jovens comentaram sobre os aspectos performáticos e competitivos do skate, optando por se afastar da pressão constante para melhorar, a fim de evitar estresse. Enquanto algumas enfrentam dificuldades para se integrar plenamente nas comunidades locais de skate, outras se beneficiaram do aumento da participação de mulheres jovens no esporte. Elas encontraram apoio em grupos predominantemente femininos e em sessões regulares para meninas em parques de skate. Isso é especialmente importante para se pensar como a cultura do skate pode ser mais inclusiva para pessoas tipicamente excluídas devido ao gênero ou sexualidade.

As skatistas destacaram especialmente a alegria, a tranquilidade e o reconhecimento mútuo que experimentam ao compartilhar suas vivências com amigos. Algumas também mencionaram a descoberta de comunidades em lugares distantes de suas cidades e países de origem.

A pesquisa conduzida pela Universidade Nottingham Trent (NTU), no Reino Unido, envolveu 48 skatistas de diferentes habilidades e praticantes de diversas abordagens e estilos, em espaços e comunidades de skate em áreas urbanas e rurais. O estudo faz parte de um estudo mais amplo de 20 meses sobre as experiências vividas por jovens skatistas, liderado por Carrie Paechter, professora de Infância, Juventude e Vida Familiar na Escola de Ciências Sociais da NTU.

O skate é frequentemente percebido como uma atividade arriscada e dominada pelos homens, mas tem o potencial de promover uma melhor saúde física e mental em mulheres e meninas jovens”, afirma Carrie. “Mesmo em nível internacional, o fracasso e a queda fazem parte da competição e há considerável apoio mútuo e incentivo entre competidoras, em particular, meninas e jovens mulheres”, completa.

A professora espera que mais mulheres jovens sejam incentivadas a andar de skate para que possam experimentar a “confiança em seus corpos, a interconexão social e a excitação, alegria e calma do skate”, finaliza.

Fonte: CicloVivo

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