Ciência

Cientistas dão passo importante para criar vida em laboratório

Pesquisadores conseguiram codificar o primeiro genoma eucariótico completo em laboratório

Por Vitoria Lopes Gomez

A criação de vida sintética é um dos objetivos da ciência. Depois de mais de uma década de trabalho, pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, deram um passo importante nessa direção: eles conseguiram construir o genoma completo de uma levedura em laboratório.
O feito é um avanço na tentativa de criar vida sintética, depois que outras pesquisas tiveram sucesso em construir organismos bacterianos mais simples em laboratório. Os pesquisadores escolheram a levedura Saccharomyces cerevisiae como forma de demonstrar o potencial da produção de alimentos sintéticos, que poderiam sobreviver a oscilações no ambiente, como mudanças no clima ou aparecimento de uma doença generalizada.

Pela primeira vez, eles conseguiram construir um genoma eucariótico (referente a células com núcleo) por completo em laboratório. O trabalho foi publicado na revista Nature Communications e prova a possibilidade de criar organismos complexos do zero, que poderiam ser usados por cientistas para diversas finalidades, como em culturas alimentares.

Em comunicado, o microbiologista Sakkie Pretorius, que fez parte da pesquisa, destacou tratar-se de um “momento marcante na biologia sintética”. Para construir o genoma sintético, a equipe usou uma variedade de ferramentas de edição genética.

Segundo o Science Alert, nesse processo, a equipe também detectou e corrigiu problemas nos cromossomos para tornar o genoma mais resistente aos objetivos. Por exemplo, eles conseguiram adequar o genoma para fazer com que a levedura usasse glicerol como fonte de energia em temperaturas mais altas, o que melhora a resiliência. Os pesquisadores também conseguiram rastrear marcadores genéticos dentro do DNA, algo importante na hora de identificar erros, uma vez que eles influenciam no comportamento dos genes das células.

O que a vida sintética significa para nós
➡ O objetivo da pesquisa não era apenas melhorar plantações, como no caso da levedura. As descobertas também podem ser aplicadas a medicamentos e outros materiais para torná-los mais resistentes;
➡ Outro pesquisador envolvido no trabalho explicou como a criação de vida sintética é um avanço importante na área da biologia, abrindo possibilidades para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos, por exemplo.
➡ Para Pretorius, é “a peça final de um quebra-cabeça que tem ocupado pesquisadores de biologia sintética por muitos anos”.

Fonte: Olhar Digital

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