Ciência Tecnologia & Inovação

Aranha colorida pode revolucionar a engenharia

Espécie é capaz de saltar longas distâncias e resistir a forças gravitacionais mais altas do que as enfrentadas por pilotos de caça

Por Alessandro Di Lorenzo

aranha-pavão australiana é capaz de saltar longas distâncias e resistir a forças gravitacionais mais altas do que as enfrentadas por pilotos de caça. Para isso, elas se impulsionam usando uma combinação distinta de pressão hidráulica e ação muscular.
Esta capacidade sempre impressionou os cientistas. Agora, pesquisadores da Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália, revelaram a biomecânica por trás da espécie. Uma descoberta que pode revolucionar a engenharia e a robótica.

A aranha-pavão australiana é tão pequena que é possível colocar cinco delas apenas na unha do polegar. Os machos pesam dois miligramas, enquanto as fêmeas são seis vezes mais pesadas. Mas o que realmente impressiona é o fato destes aracnídeos serem exímios saltadores.

Embora estes animais tenham músculos flexores nas pernas, eles não têm os músculos necessários para a extensão das pernas e o salto de força, como acontece com os humanos. Em vez disso, as aranhas usam uma estratégia incomum que é chamada de “sistema de locomoção semi-hidráulico”. As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Experimental Biology e podem ser utilizadas agora para criar novos sistemas de movimento para robôs.

Machos e fêmeas da espécie são diferentes (Imagem: Journal of Experimental Biology)

Os pesquisadores explicam que, antes de uma aranha pular, ela contrai os músculos de seu cefalotórax (a cabeça e o tórax fundidos destes aracnídeos) para empurrar a hemolinfa, sua versão de sangue, para dentro de suas pernas. A hemolinfa aumenta a pressão nas pernas, fazendo com que elas se estendam rapidamente.

Quando a pressão é liberada, as pernas se movem para frente, impulsionando o animal no ar com grande força. Devido aos seus diferentes tamanhos e formas corporais, as aranhas saltadoras machos e fêmeas exibem diferentes dinâmicas de salto.

A equipe coletou 10 aranhas machos e 12 fêmeas, analisando como ocorriam os saltos desta espécie. Os pesquisadores descobriram que o terceiro e o quarto pares de pernas “desempenharam um papel crucial” nestes movimentos. As aranhas-pavão levantaram seus dois primeiros pares de pernas e as estenderam na frente de seus corpos. O quarto par deixou a plataforma de decolagem em seguida, seguido alguns milissegundos depois pelo terceiro par, que foram as últimas pernas a deixar o solo. Essas descobertas sugeriram que a perna três era a “perna propulsiva”.

Fonte: Olhar Digital

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish