Arqueólogos descobrem alterações aborígenes feitas em regiões fluviais da Austrália
Com o auxílio de uma datação via radiocarbono, os pesquisadores da Universidade Flinders puderam analisar como os primitivos se comportavam diante de fenômenos naturais
Uma equipe de arqueólogos da Universidade Flinders realizou uma análise de datação em um dos locais indígenas mais antigos do maior sistema fluvial da Austrália, localizado na planície de inundação do rio Pike. Com o auxílio de escaneamentos por radiocarbono, foi possível estudar as conchas de mexilhões em rios no local montanhoso, de acordo com o estudo publicado na Australian Archaeology que foi replicado pelo Phys.org.
O resultado da análise conseguiu relacionar a ocupação de aborígenes na região com a mudança da paisagem fluvial, com alterações não naturais feitas pelos habitantes. As mudanças revelam que o local já recebia aborígenes há, pelo menos, 22 mil anos, incluindo passagens durante o Último Máximo Glacial (conhecido como a última Era Glacial).
As alterações promovidas pelos aborígenes são relacionadas com a movimentação dos sistemas de rios e lagos da bacia, podendo revelar passagens em relação aos impactos ecológicos do país, desde períodos de secas, enchentes e acúmulos de sal — fenômeno que ocorre com frequência no vale da Bacia Murray-Darling.
A professora e coautora do estudo, Amy Roberts, explica que a descoberta joga luz na história, possibilitando novas resoluções em relação à presença dos aborígenes na região: “Esta nova pesquisa, publicada na Australian Archaeology, preenche uma lacuna geográfica significativa em nossa compreensão das cronologias de ocupação aborígene para a bacia Murray-Darling”.
Fonte: Aventuras na História