Saúde

Bebês nascem mais saudáveis onde direitos reprodutivos são menos restritivos

Estudo com quase quatro milhões de mulheres nos EUA indica que expandir os direitos reprodutivos pode diminuir risco de baixo peso ao nascer, especialmente em filhos de mulheres negras

Segundo um novo estudo comandado por pesquisadores de diferentes universidades dos Estados Unidos, mulheres que vivem em estados com políticas de direitos reprodutivos menos restritivas têm menor probabilidade de dar à luz bebês com baixo peso ao nascer.
A pesquisa, publicada no American Journal of Preventive Medicine, também aponta que as mulheres negras são as mais afetadas nesse sentido. “Nosso estudo fornece evidências de que as políticas de direitos reprodutivos desempenham um papel crítico no avanço da equidade na saúde materno-infantil”, disse, em nota, May Sudhinaraset, líder da investigação e pesquisadora da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Quando os bebês nascem com baixo peso, eles ficam predispostos a desenvolver diversos problemas durante o desenvolvimento. Alguns ficam doentes ainda nos primeiros seis dias de vida ou desenvolvem infecções. Outros podem até sofrer atraso no desenvolvimento motor e social ou ter dificuldades de aprendizagem lá na frente.
Para realizar a pesquisa, a equipe analisou os dados do registro de nascimento de aproximadamente quatro milhões de bebês, em 50 estados e no Distrito de Columbia, em 2016. O objetivo era avaliar as associações entre as políticas de direitos reprodutivos e resultados adversos do nascimento. Os cientistas investigaram ainda se as associações eram diferentes para mulheres negras e imigrantes. Assim, eles descobriram que as crianças que nascem nos estados menos restritivos tiveram um risco 7% menor de baixo peso ao nascer. Entre os filhos de mães negras, essa probabilidade foi 8% nesses estados.
Os especialistas afirmam que expandir os direitos reprodutivos é essencial para o bem-estar dos recém-nascidos. Além disso, pode ser que a saúde reprodutiva das mulheres negras nascidas nos Estados Unidos seja afetada pelo impacto cumulativo de vidas e gerações em uma sociedade sistematicamente racista.
“Enfrentar as consequências adversas do racismo estrutural requer o exame das políticas históricas e atuais que afetam negativamente as mulheres negras”, afirma Sudhinaraset. “Importantes políticas públicas podem e devem ser implementadas para melhorar a saúde reprodutiva das mulheres em geral, incluindo o aumento do acesso ao aborto e educação sexual obrigatória nas escolas”.

Fonte: Revista Galileu

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