Ciência

Os dinossauros que eram uma mistura de patos e pinguins

Os Halszkaraptor escuilliei, que viveram há 70 milhões de anos, são intrigantes devido à singularidade de sua aparência e dividem opiniões

No ano de 2017, um fóssil em excelente estado foi descoberto por cientistas na Mongólia e revelou a existência de um tipo de dinossauro, até então, desconhecido. O animal, que era adaptado tanto para viver no ambiente terrestre quanto no aquático, surpreendeu a todos devido a sua aparência semelhante tanto aos pinguins quanto aos patos.
Para que pudessem realizar uma análise avançada das características do Halszkaraptor escuilliei, os cientistas realizaram a reconstrução em 3D do animal por meio de microtomografia de raios-X de multirresolução síncroton. “Esta técnica é atualmente o método mais poderoso e sensível para obter imagens de detalhes internos sem danificar fósseis de valor inestimável”, declarou o Dr. Paul Tafforeau, pesquisador do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF) em Grenoble, na França.
“Nosso primeiro objetivo foi demonstrar que este fóssil bizarro e inesperado era de fato um animal genuíno: a varredura em multirresolução confirmou que o esqueleto não é um composto montado a partir de partes de diferentes dinossauros”, disse o Dr. Dennis Voeten, outro pesquisador do ESRF.
A tecnologia conseguiu revelar os detalhes das partes do esqueleto que permaneceram dentro da rocha na qual foi encontrado. A partir da análise, os cientistas descobriram que vários dentes ainda estavam preservados dentro da boca do animal.
Como o Halszkaraptor escuilliei é muito singular em diferentes aspectos, é difícil classificá-lo de maneira tradicional. No entanto, certas partes do corpo do bicho se assemelham às de outros animais. As garras em forma de foice nas patas, por exemplo, são como as de um Velociraptor. Além disso, ele teria habitado o planeta Terra há 70 milhões de anos.
Segundo Vincent Beyrand, a equipe ainda descobriu na época “uma malha neurovascular dentro de seu bico que se assemelha à dos crocodilos modernos em um grau notável.” Para ele, essa e as demais características do Halszkaraptor escuilliei sugerem que ele era um predador aquático.
De acordo com os cientistas, o Halszkaraptor escuilliei era bípede e sua postura se assemelhava à dos patos. No entanto, contava com membros que, semelhantemente aos pinguins, utilizava para manobrar na água.
O enorme pescoço de cerca de 20 centímetros sugere que ele era um hábil predador de animais aquáticos. Além disso, o bico do animal tinha cerca de sete centímetros de comprimento, sendo que possuía 60 centímetros da ponta do bico até a ponta da cauda.
Contudo, ainda existem dúvidas em relação a descoberta. “Eu não vejo nenhuma evidência clara de que o dinossauro era semiaquático”, explicou Stephen Brusatte, paleontólogo não envolvido na descoberta. “Existe um longo caminho até que isso seja provado”.
Brusatte explicou que o fóssil parece autêntico, no entanto: “O que me deixa curioso é que o corpo realmente se parece com um dromaeosauridae, enquanto a cabeça lembra um alvarezsaur, outra espécie de dinossauros pequenos”.

Crédito da foto: Divulgação/Lukas Panzarin/Andrea Cau

Fonte: Aventuras na História

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