Turismo, esporte lazer e cultura para alavancar a economia da Serra
A reportagem do Fatos & Notícias almoçou, nesta quarta-feira (09), no Hotel Serra Grande, em Laranjeiras, com Gerson Furlani, para entender um pouco sobre a situação de descaso e abandono dos segmentos turístico, cultural, esportivo e lazer que o município da Serra vem amargando nesses últimos anos e o que pode ser feito, apesar da pandemia, para oxigenar o setor.
Graduado em Administração de Empresa, com ênfase em Hotelaria e Turismo, pela Faculdade de Ciências Humanas de Vitória, pai de um filho e serrano, Gerson diz que, não só no nosso município, mas em todo o Espírito Santo, o turismo vem passando pelo pior momento em função da pandemia do coronavírus.
“O que precisamos fazer, agora que estamos com um prefeito que tem um olhar mais sensível e comprometido com o setor, é reinventarmos para criarmos demandas para o segmento, assim que superarmos a crise. Conhecendo muito bem o perfil político e administrativo de Sérgio Vidigal, tenho certeza de que a equipe será formada por técnicos e isso facilitará muito para a nossa retomada ao crescimento”, acredita Gerson.
Ele acrescenta que “a Serra é um município muito voltado para a indústria e empresas prestadoras de serviços e de negócios e isso é muito importante para a cidade, contudo, podemos trabalhar o setor turístico local “explorando”, sempre de forma sustentável, suas diversidades ambientais, gastronômicas, geográficas, religiosas e culturais”, afirma.
Gerson alerta ainda que a cidade tem centros de eventos, bons hotéis, vias com fácil acesso, polo comercial de Laranjeiras, restaurantes. “Porém, para isso funcionar, devemos estreitar a relação do poder público com a iniciativa privada… só assim conseguiremos captar os eventos para a cidade”, pontua.
“Outra coisa importante, é a descentralização do poder público, pois as oportunidades são diversas, mas existe um gargalo que impede o segmento de alçar voos mais distantes. Não temos um calendário anual de eventos e debates com as comunidades, com as associações e com a iniciativa privada. O empresariado sempre é informado depois que a coisa já aconteceu. Não havendo participação dos envolvidos, não surgem ideias novas… Essa construção em conjunto que é legal, o resultado fica mais robusto! Os interessados não querem o bolo pronto, mesmo porque, sempre faltam ingredientes, eles querem e precisam participar”, cobra.
Para Gerson, o turismo de lazer precisa de ações, entendendo que o nosso principal produto turístico é o religioso e com ele podemos agregar outros setores como o de bares e restaurantes, o comércio, o empreendedorismo familiar (artesãos), hotéis e pousadas entre outros.
“O morro Mestre Álvaro, as diversas lagoas, rios e praias que a natureza nos contemplou, são pontos a serem pensados como lazer, devemos criar demandas com seus atrativos”, sugere.
No campo esportivo, a cidade pode explorar os eventos esportivos. “Exemplo disso é Jacaraípe que tem picos de surfe, velocidade na terra (Barródromo), pista de Kart e do BKR, em Barcelona, o beach soccer, o vôlei de praia e, agora, com a inauguração da Arena Esportiva, também em Jacaraípe, outras modalidades poderão ser praticadas”, destaca.
“Não podemos esquecer da periferia e, nesse caso, a parceria entre as pastas Turismo, Cultura, Esporte e Lazer com a Secretaria de Educação, faria toda a diferença. As escolas precisam abrir seus portões para a comunidade. As quadras esportivas ficam fechadas, estamos falando de um equipamento público sem utilidade nos finais de semana, esse paradigma precisa mudar. Não se trata apenas de abrir os portões, devemos oferecer atividades monitoradas com professores e recreadores para nossas crianças as donas de casa e até para nossos idosos”, finalizou Gerson.
(Foto de capa: Haroldo Cordeiro Filho) – José Francisco, proprietário do hotel Serra Grande e Gerson Furlani, Assesessor Comercial do Steffen Centro de Eventos
