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Mulheres Tiébélé decoram casas de barro em Burkina Faso

Casas ricamente decoradas são construídas com barro, palha e madeira e ajudam a proteger moradores do calor e invasões

Burkina Faso é um país extremamente pobre da África Ocidental e, em contraste com a situação econômica, tem uma cultura forte e muito rica. Prova disso está na pequena vila Tiébélé, perto da fronteira com Gana.
Tiébélé é a morada do povo Kassena ou Gourounsi, conhecido pela impressionante arquitetura tradicional, com casas de barro que chamam a atenção pelas paredes decoradas pelas mulheres da comunidade, desde o século XVI.

(Foto: Rita Willaert)

As matérias-primas usadas na construção das casas são encontradas no próprio local: terra, madeira e palha. Originalmente a terra era misturada com água e esterco de vaca e ganhava uma consistência ideal para que fosse moldada em paredes quase verticais. Hoje, os Gourounsi constroem suas paredes de barro e esterco de vaca, usando também fundações apoiadas em grandes pedras.
As paredes das casas são grossas, com cerca de 30 cm de espessura e não existem janelas, a não ser uma ou duas pequenas aberturas para a entrada de luz. Isso se dá ao fato de que o foco dos construtores está em se protegerem do sol e do calor e também de possíveis inimigos e invasões.

(Foto: Rita Willaert)

O que dá uma identidade única às casas é o que acontece depois que a estrutura está em pé: a pintura cheia de detalhes feita com lama colorida e giz branco pelas mulheres.
Os desenhos e símbolos vêm da religião e tradições dos Gourounsi. Depois de pintadas, as paredes são finalizadas com capricho usando pedras para polir cada cor separadamente para que não desbotem. Para finalizar, um verniz feito à base de vagens de néré, árvore de alfarroba africana, é aplicado em toda a superfície.

(Foto: Rita Willaert)

Além de decorar as casas, este processo ajuda a proteger as paredes, sendo realizado antes da estação chuvosa. Graças às matérias-primas, à compactação e ao revestimento das paredes com verniz, as casa se tornam mais resistentes à chuvas e ajudam a proteger seus moradores do calor e de possíveis invasões por muito tempo.

Fonte: CicloVivo

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