Saúde

Depressão e insônia devem ser tratadas separadas, afirma estudo

Muitos acreditam que a insônia é apenas um sintoma secundário da depressão, no entanto, segundo uma revisão narrativa publicada pelo Medical Journal of Australia, apesar de ambos os transtornos terem alguma relação, eles devem ser tratados de forma separada, já que se tratam de duas condições diferentes, independentes e que podem coexistir.
“Quando os pacientes relatam sintomas tanto de depressão quanto de insônia, é comum os médicos conceituarem a insônia como um sintoma secundário da depressão. Isso implica que há pouco propósito em tratar a insônia diretamente e que o controle da depressão melhorará os sintomas da depressão e da insônia”, afirma um trecho da pesquisa.
De acordo com informações do Medical Xpress, o pesquisador Dr. Alexander Sweetman, Associado do Instituto Adelaide para a Saúde do Sono, da Flinders University, explicou que a ocorrência secundária “de depressão e insônia está associada à redução da qualidade de vida, maior morbidade (causas) geral e aumento do uso de cuidados de saúde”.

“Portanto, é fundamental considerar abordagens de diagnóstico e tratamento para pacientes com depressão e insônia concomitantes (que coexistem) para melhorar os resultados dos pacientes e reduzir os custos de cuidados de saúde”, acrescentou o especialista.

Depressão e insônia devem ser tratadas separadas (Foto: Motortion Films/Shutterstock)

Segundo as evidências apontadas por Sweetman e sua equipe, existem seis pontos cruciais a respeito dos sintomas de insônia que devem ser considerados e revistos na hora do tratamento. Além disso, o estudo orienta que os médicos evitem conceituar a insônia como um sintoma secundário de depressão já que:

  • a insônia é comumente um distúrbio independente;
  • os sintomas de insônia predizem depressão futura;
  • o tratamento da insônia pode prevenir o início da depressão pela primeira vez;
  • o tratamento da insônia melhora os sintomas depressivos;
  • os sintomas de insônia podem reduzir a resposta e a remissão ao tratamento da depressão; e,
  • os sintomas depressivos podem prejudicar a resposta ao tratamento da insônia.

“Embora seja comum para os médicos de cuidados primários conceituar a insônia como um sintoma secundário da depressão, essa crença não é apoiada por evidências científicas. Em vez disso, as evidências sugerem que a depressão e a insônia representam dois transtornos comórbidos, que são potencialmente mantidos por mecanismos bidirecionais e funcionalmente independentes”, explica um trecho do artigo.
“É recomendado que, ao gerenciar pacientes com sintomas de depressão e insônia concomitantes, os médicos de cuidados primários direcionem o diagnóstico direcionado e a atenção ao tratamento de ambos os distúrbios”, concluiu o estudo.

Fonte: Olhar Digital

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