Estudo afirma que o metabolismo não desacelera com a idade
Um estudo realizado pela Duke University, na cidade de Durham — Estados Unidos, acaba de quebrar uma das maiores crenças que o ser humano possuía: a de que o metabolismo das pessoas começa a desacelerar com a idade. Encabeçada por Herman Pontzer e uma equipe internacional de cientistas, a pesquisa analisou a média de calorias queimadas em mais de seis mil pessoas com idades entre uma semana e 95 anos em 29 países. E o resultado é que, se até pouco tempo pensávamos que os jovens e adolescentes tinham a mais alta taxa metabólica, o corpo começa seu declínio inevitável muito mais tarde do que a ciência imaginava.
Com foco na puberdade, menopausa e outras fases da vida, Pontzer afirma ter ficado surpreso com o resultado: “O que é estranho é que o tempo das fases metabólicas da vida não parece corresponder aos marcos típicos”, explica.
Segundo ele, a maioria dos estudos mediam quanta energia o corpo usa para realizar funções vitais básicas, como respirar, digerir, bombear sangue — em outras palavras, as calorias de que você precisa apenas para permanecer vivo. Mas isso equivale a apenas 50% a 70% das calorias que queimamos todos os dias, já que não leva em conta a energia que gastamos fazendo todo o resto: lavando a louça, passeando com o cachorro, suando na academia, até mesmo apenas pensando e trabalhando.
Durante os primeiros 12 meses de vida de um bebê, sua energia precisa disparar para cima, de modo que, no primeiro aniversário, uma criança de um ano queima calorias 50% mais rápido para seu tamanho corporal do que um adulto. O metabolismo de um bebê, inclusive, pode explicar em parte por que as crianças que não comem o suficiente durante esse período essencial de desenvolvimento têm menos probabilidade de crescer e se tornarem adultos saudáveis. Após esse aumento inicial na infância, os dados mostram que o metabolismo desacelera em cerca de 3% a cada ano até chegarmos aos 20 anos, quando se estabiliza em um novo normal.
No entanto, apesar da adolescência ser uma época de surtos de crescimento, os pesquisadores não viram nenhum aumento nas necessidades calóricas: “Realmente pensamos que a puberdade seria diferente, mas não é”, disse Pontzer. Mas a surpresa maior veio quando os pesquisadores estudaram as pessoas a partir dos 30 anos. O que a pesquisa mostra é que os gastos com energia durante os 20, 30, 40 e 50 anos eram os mais estáveis. Mesmo durante a gravidez, as necessidades calóricas de uma mulher não eram nem mais nem menos do que o esperado.
Resumindo, o que a pesquisa sugere é que o metabolismo realmente não começa a declinar novamente somente depois dos 60 anos, mas esta desaceleração é gradual, apenas 0,7% ao ano. Em contrapartida, uma pessoa na casa dos 90 precisa de 26% menos calorias por dia do que alguém na meia-idade, já que seu metabolismo é ainda mais lento.
De acordo com Pontzer, a perda de massa muscular pode ser a grande culpada, uma vez que o músculo queima mais calorias do que gordura. Mas não é tudo. Segundo ele: “Nós controlamos a massa muscular, mas vemos nosso metabolismo desacelerar porque as células estão envelhecendo”. É por isso que é tão importante adequar o estilo de vida à idade e as nossas necessidades.
Fonte: Balaio do Bem